quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

E os 9?

Jesus continuava viajando para Jerusalém e passou entre as regiões da Samaria e da Galileia. Quando estava entrando num povoado, dez leprosos foram se encontrar com ele. Eles pararam de longe e gritaram: - Jesus, Mestre, tenha pena de nós! Jesus os viu e disse: - Vão e peçam aos sacerdotes que examinem vocês. Quando iam pelo caminho, eles foram curados. E, quando um deles, que era samaritano, viu que estava curado, voltou louvando a Deus em voz alta. Ajoelhou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. Jesus disse: - Os homens que foram curados eram dez. Onde estão os outros nove? LUCAS 17.11-18

Notem que foram curados por Jesus, no total, 10 leprosos e apenas um é que recordou-se de agradecer. Bem sabem que, ser leproso no tempo de Jesus, significava, isolamento, descriminação, humilhação, estigma e sujeição a outras formas bizaras e desumanas de violencia psicológica e fisica, pois se acreditava que àquela doença apenas atingia aos pecadores (infeliesmente, faz-se o mesmo, hoje, com pessoas vivendo com HIV)

A Biblia Devocional de Estudo (uma das minhas preferidas e que pode ser comprada na Liga Biblica) diz que o único homem que foi agradecer a Jesus, não era Judeu como os demais, era um Samaritano. E devem saber que, os Samaritanos eram vistos pelos Judeus com um povo desprezivel e que até não havia espaço de troca de um mero bom dia com ele (certamente que conhecem a conversa de Jesus com uma samaritana, vide Evangelho de São João, capitulo 4).
Jesus pergunta, onde estão os outros? Na verdade, Jesus bem sabia aprior que apenas uma única pessoa se recordaria de agradecer mas ao perguntar, pretende apenas lançar um rico ensinamento a todos nós: a importancia do agradecimento.
Dizer obrigado, não custa nada, pelo contrario nos traz um infindavel número de ganhos. Dizer obrigado, revela humildade, revela o necessário e prestigioso reconhecimento que devemos a quem nos dá a sua mão ou mesmo o seu ombro sempre que precisamos. Dizer obrigado, revela sobretudo humanismo em cada um de nós.
Nesta altura do ano em que procedemos a avaliação dos 12 meses, eu vejo no 2009 um ano repleto de muitos ganhos e por isso agradeço a todos voces, que contribuiram para que tal acontecesse.
Neste ano, fiz muitos amigos; neste ano, tive um desempenho e realização profissional que nunca antes tive; neste ano, dei um valioso e prestigiante passo na minha vida escolar; neste ano, vi a graça de Deus na minha vida familiar, enquanto filho, esposo e pai; este ano, Deus me deu (a 11 de Dezembro), o Kesane, o meu segundo menino. neste ano, pude notar a felicidade na cara de todos os meua amigos, o que revela a presença de Deus em suas vidas.
Por tudo isto, agradeço a Deus e rogo-O para que continue derramando as suas benção sobre todos nós. Que o Natal sirva para que todos os homens reflictam sobre o valor da preservação da paz no nosso país.
Que o nascimento de Jesus, ajude-nos a perceber que todos os esforços pelo desenvolvimento do nosso Moçambique, só terão sucesso se colocarmos o homem no centro, procurando evitar todo tipo de violencia e violações, procurando estabelecer um diálogo cada vez mais inclusivo e edificante sobre as políticas públicas, esforçando-nos em aceitar o adversario como tal e não conotando-o com um inimigo.
Feliz Natal a todos e que Deus nos abençõe ricamente.
Imagem tirada daqui

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Step down

De há alguns anos para cá, acompanho atentamente a situação política da Nigeria, tudo por causa da admiração que cultivei em relação ao ex-presidente Obasanjo e da minha amiga Bokola que diariamente me envia jornais electronicos daquele país rico em petroleo mas que sofre constante e inexplicaveis shortages deste precioso liquido.
Noticias frequentes, desde que Yar`Adua tomou conta do gabinete, dão conta do seu débil estado de saúde, facto que o impossibilita de cumprir a intensa agenda de um estadista. Aliás, noticias postas a circular ontem, dão conta de um stetement assinado por notáveis daquele país, a apelar a resignação do Yar`Adua dada a sua, cada vez mais, débil saúde.
Cá para mim, o que me custa perceber é, como é que um homem de creditos firmados como ele, se materia no poder mesmo consciente da sua deficitária saúde? Será Yar`Adua um louco pelo poder? Estarão as notícias veiculadas quanto a sua saúde a ser politicamente motivadas? Estarão os peticionarios a agir para o bem da Nigéria ou dos seus proprios umbígos?
Leia o statemente aqui no Sahara.
Foto tirada daqui

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Reprovações massivas

A nossa Educação está cada vez mais a afundar e se nada for feito para reverter a situação corremos o risco de ver o nosso sistema educativo totalmente desacreditado pois, é inimaginavel e inaceitavel que num juri constituido por 30 examinandos nenhum consiga passar de classe.
Compatriotas, é tempo de aceitarmos que algo não está bem com o nosso sistema educativo, e que infelismente quem mais sofre com as desfunções é o aluno, por ser o elo mais fraco. Para mim, nem faz sentido querer falar de exames da segunda época para alunos que nem sequer conseguiram atravessar a barreira dos 5 valores (25 pontos).
Acho eu que, além de andarmos a procura de culpados por este descalabro é importante que se aceite que algo não está bem e que urge identificar soluções. Acho que devemos começar uma reflexão séria em que todos desapaixonadamente participam.
Da forma como as coisas estão, me parece contraproducente perder tempo a identificar pessoas culpadas pois, cá para mim, a solução passa por repensar (1) os curriculas de ensino, (2) as estratégias da formação de professores, (3) os métodos de avaliação, (4) as condições de trabalho dos docentes e de aprendizagem para discentes, (5) os materias de ensino e por aí fora.....
Imagem tirada daqui

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O melhor business

Depois de um mês de férias em que raras vezes passava da net, anuncio o meu regresso a este fantastico mundo.
Como é o normal para todos filhos do campo, não perdi a oportunidade de passar as minhas férias lá no moçambique real. Onde não há energia electrica, onde não há televisão e onde a radio é a unica boa de salvação.
Ao voltar a cidade, recupei a rotina normal e sobretudo no que a caça de informação diz respeito. Nestes dias, cada vez que leio jornal, fico assustado com o numero de escolas superiores que se lançam na pesca de clientes para o proximo ano escolar. Umas já conhecidas, outras não, umas com nomes interessantes e outros nem tanto. Mas de tudo isto, o que mais me custa entender é, o que está por detras do apetite pelo negocio do ensino superior no meu país. Alguem sabe dizer?
Imagem tirada daqui

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Anónimato e consequancias

Quando criança, ouvia sempre a falar de xikalavito ou seja quem não tem nome. A alguns anos atras comecei a ouvir falar de pessoas que ligavam a rádio ou TV e pediam para comentar na condição de anonimato. E agora que ando pelos blogues vejo comentadores que o fazem como xikalavitos.
É anónimo aqui e anónimo acolá! E se é verdade que muitos adoptam o xicalavitismo como forma de se precaverem de provaveis presseguições de algum Xiconhoca, outros se fazem de anónimos por razões extremamente obscuras ou então não gostam dos seus nomes. Por acaso há nomes que só dá para esconde-los. Já imagináram um Xiphukuphuku Nyenyiwa Lhomulo. Certamente que qualquer um would hide it. Mas há nomes que são aceitaveis e que não podiam ser escondidos. Me recordo de uma Etiope que me ensinou Mangerial Economics que dizia call me Haid, i like my name.
A maioria dos anónimos são voluntário mas existem outros que o são involuntariamente. São os casos das crianças que nascem e vivem até aos 3 ou 6 meses sem que lhes seja dado um simples nome. Pela falta de um simples nome as crianças ficam privadas de uma série de direitos.
Em moçambique o número de membros do agregado familiar reflecte-se no peso tributario que cada trabalhador é sujeito. Porque os homens do fisco trabalham com informações formais, todos anos há relatos de mães que não podem beneficiar da redução do IRPS, simplesmente porque os novos membros da familia não têm documento de identificação, documento esse que depende de um simples nome.
A ideia do legislador, ao considerar o tamanho do agregado como factor a ser considerado na redução ou não da carga fiscal a que estamos sujeitos, era de contribuir para a realização da responsabilidade social do Estado. É que com o valor poupado com a redução do peso fiscal, a que uma mãe trabalhadora esta sujeita, poderia investir na alimentação, nos cuidados sanitário e noutras necessidades inadiaveis da criança.
Daqui é facil ver até que ponto a falta de um simples nome numa crinça, atenta contra os seus direitos e os da mãe.
Alguem pode parar com anonimatos involuntarios dos nossos petizes?
Imagem tirada daqui

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sete milhões

Recebi de um amigo a foto ao lado. Segundo ele, a mesma retrata a forma original de aplicação dos 7 paus
em alguns distritos deste extenso Moçambique.
Notem que é só para rir.....

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Enquanto uns...

Enquanto uns passeiam pelo país a prometer uma nova Jerusalém. Enquanto uns prometem um novo Jardim de Éden. Enquanto uns prometem um novo maná, igualzinho ao que foi dado ao povo de Israel (vide Exodos). Enquantos uns queimam sua massa cinzenta a pensar em como melhor pescar homens, mas longe da lógica de Cristo. Enquanto outros afiam as suas línguas para vomitarem os piores insultos ao seu adversário, tido por eles como inimigo. Enquanto uns usam a mesma língua para adorar no templo, na mesquita ou na Sinagoga e para, minutos depois, injuriar o outro, como se nunca tivessem lido o que Tiago ensina no seu Evangelho.
O povo do meu país mostra que só quer uma única coisa: a PAZ. Porque com a paz, o povo faz o seu proprio sustento sem esperar pelo maná de quem quer que seja.
As fotos acima foram, por mim, tiradas no final de uma capacitação em transformação de conflitos intraorganizacionais, aos membros da UPCT. O casal que aparece nas fotos, é dono das maravilhas que o leitor vê. O casal, sem esperar pelo Maná dos políticos e longe dos seus evangelhos, explora uma extensa machamba no vale de Nharitanda a 1 km do centro da cidade de Tete.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Haja paz

O dia mais belo? Hoje. A coisa mais fácil? Equivocar-se. O obstáculo maior? O medo. O erro maior? Abandonar-se. A raiz de todos os males? O egoísmo. A distração mais bela? O trabalho. A pior derrota? O desalento. Os melhores professores? As crianças. A primeira necessidade? Comunicar-se. O que mais faz feliz? Ser útil aos demais. O mistério maior? A morte. O pior defeito? O mau humor. A coisa mais perigosa? A mentira. O sentimento pior? O rancor. O presente mais belo? O perdão. O mais imprescindível? O lar. A estrada mais rápida? O caminho correto. A sensação mais grata? A paz interior. O resguardo mais eficaz? O sorriso. O melhor remédio? O otimismo. A maior satisfação? O dever cumprido. A força mais potente do mundo? A fé. As pessoas mais necessitadas? Os pais. A coisa mais bela de todas? O amor. Poema da Madre Teresa de Calcuta Imagem tirada daqui

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Sem comunicação

Aproveitei o fim de semana para tentar perceber o que cada um dos que ambicionam assentos na AR, andam a dizer ao chamado povo, que ontem, constituia as famosas massas populares. Diz-se por aí, muita coisa boa, muita coisa de se rir para valer e muita coisa abominável que é de se chorar. Prestei atenção especial às mensagens que são transmitidas ao eleitor. Fiquei com a sensãção de que muitos candidatos não conhecem a realidade do país. Fiquei intrigado ao constatar que, muitos que sonham em nos representar na AR, não sabem que o grosso dos moçambicanos é analfabeto e que tem muitas dificuldedes de perceber o Português e pior quando se adopta uma linguagem técnica. Alguem disse o seguinte:"... vamos garantir um maior envolvimento do cidadão na elaboração e implementação do PESOD...." e disse mais "...apesar de estarmos conscientes de que com os 7 milhões, em muitos distritos, o PIB PER CAPITA...." Num outro ponto do país alguem disse.." sabemos que falta CREDITO para moçambicanos da vossa FAIXA ETÁRIA.." Um outro, e esse não o perdoo porque, sendo um intelectual, devia saber que, para que, a mensagem chegue ao destinatário é necessário que haja partilha de codigos entre o emissor e receptor. Este meu e nosso intectual da praça, disse coisas assim "... uma das nossas apostas é a SAÚDE PÚBLICA.." Um outro disse de boca cheia "...neste país temos POLÍTICAS PUBLICAS mesquinhas..." Será que o povo do interior de Panda ou de Mavago sabe que estória é essa de PESOD? Sabe que palhaçada é essa de PIB PERCAPITA? Quando dizemos CREDITO e paramos por aí, não criamos confusão com o da mcel ou vodacom? FAIXA ETÁRIA, que é isso, não é melhor falarmos de idade? E POLÍTICAS PÚBLICAS meu Deus! Quantos sabem que bicharada é essa? E SAÚDE PÚBLICA?

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Política das coisas

Ele: Aló mano, beleza? Eu: Epa! Como vês! (Eu estava com o carro enterrado a espera de uns amigos para ajudar a tirá-lo) Ele: Mano, peço a tua colaboração. Eu: humm, em quê? Ele: votando no meu partido porque promete construir escola para as crianças. Eu: construir aonde? Ele: aqui em Nkobe, para os pequenos pararem de sofrer. Eu: Mas Escola não é prioridade para a população de Nkobe! Ele: (silencio).... se o meu partido ganhar vai governar de forma diferente. Eu: O que é governar de forma diferente? Ele: Acabar com o sofrimento do povo, criar industrias como a Mozal para dar emprego as pessoas, também vai contruir um hospital aqui em Nkobe. Eu: Que tipo de Hospital? Ele: um grande como José Macamo ou Central. Eu: que bom! Mano, eu estava a espera daqueles dois jovens para tirarmos o carro daqui do areal. Te importas em ajudar um pouco a empurar? Ele: na boa bro, basta orientar uma 2... para matar a sede! Eu: Ta nice, e o teu partido não prevê tchunar esta estrada (Nkobe-Khongolote), para minorar o nosso sofrimento? Ele: .... não sei mano, é que hoje não levamos aquele livrinho que tem as coisas que vamos fazer. Eu: ???????????????

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Cadê o debate?

Este é um ano complicado para mim. Tudo por causa das eleições que vão paralizar por alguns meses o normal curso da nação e por isso sou obrigado a fazer tudo que está no meu plano anual pelo menos até o inicio da campanha eleitoral já que as pessoas que com elas interajo no meu trabalho são políticos e sei que dentro de dias não terão tempo para mim. Esta é a principal razão que faz com que não consiga actualizar o blogue já que passo maior parte do tempo nos polos de desenvolvimento. Hoje roubei, a mim mesmo, uns minutinhos para ver alguns blogues e achei um interessante texto da autoria do Lazaro Bamo e sem a sua autorização publico abaixo, alguns paragrafos do mesmo. A convivência entre os bloguistas cresce a cada dia que passa, e o preço que a gente paga é um tanto a quanto alto, morre a meu ver o debate na blogosfera, passamos a vida a trocar palavras de amor e a concordar com os nossos amigos. O culpado disso não é ninguém, é um acto involuntário, porque já não temos coragem de debater com frontalidade, pois a todo custo queremos ver esta amizade nova a crescer e achamos que qualquer contradição nos pontos de vista pode minar este novo prazer que queremos experimentar. Criamos grupos de debate e diálogo e debate, os excluídos preferem fazer cartas para eles mesmos, ( isto me faz lembrar aquela de um maluco que escreve uma carta e é flagrado pelo médico e este pergunta quem era o destinatário, o maluco disse ele mesmo e o médico procurou saber o que estava escrito, o maluco nem mais, disse que não sabia porque ainda não tinha recebido a carta ) e criam monólogos. O resultado desta cegueira emocional é que trocamos mensagens com banalidades e assuntos que ao meu ver não podem nos roubar tempo. Não estou a criar fantasma, pare e pense comigo, não me dê razão, não subscreva o que digo, pense a sua maneira e diga algo. Estou muito feliz por criar amizade na blogosfera, mas sinto falta do confronto de ideias e pontos de vista, os defeitos de cada um de nós parecem que tendem a ganhar espaço no lugar de qualidades, quando eu vou discutir ideias do meu amigo fulano que quando bebe fica aquilo, já não o faço com seriedade que devia, volto a repetir é um acto involuntário que não podemos negar. Não quero sugerir morte de encontros e projectos sociais, mas temos que pensar nos debates também, isso é urgente. Esta letargia pode estar a beneficiar os infiltrados na blogosfera, os que tem como missão matar o debate, envenenar as mentes, aculturar os intelectuais e impor sua forma e cor. Quero conviver com os blogers mas por favor não deixemos que nossa amizade mate o debate, temos que estar atentos porque forças há ao meu ver, que pretendem matar nossa missão, o ano é o argumento disso. Sorry posso estar a ver fantasmas... Mas esta ideia não me sai da cabeça.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Weekend no Xiveve

Estarei na cidade da Beira durante este fim de semana (chego hoje as 20h e saio na segunda as 15h) e terei imenso prazer em me avistar com amigos bloguista vivendo ou em passagem daquela urbe. Quem estiver interessado em um papo, me contacte pelo: 844771815. Abraços e bom fim de semana a todos

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Mas querem dinheiro?

As vezes chego a pensar que a minha mãe que está em Morrumbene a cuidar da sua machamba, galinhas, cabritos e de porcos vive em paz que muito de nós que roemos solas e solas a caminho da escola e que depois nos instalamos nas grande cidades. É que a rotina da minha mãe, lá no campo, safa a ela de uma série de chatices que só nós os ditos urbanos experiementamos. Tudo isto vem a proposito da barbaridade que noto em muitos bancos da nossa praça, relativamente a forma como fazem negocio. A Gestão me ensinou que qualquer empresa que queira se afirmar no mercado, deve, para além doutras coisas, prestar muita atenção as suas operações. É que as operações representam os ossos das organização e é por isso que encontramos em quase todas elas, alguem com o tituto de Operations Manager ou qualquer outra designação, desde que tal figura se dedique a pensar na eficiencia e eficácia do sistema produtivo e ou na melhor forma de prestação de serviços de qualidade aos seus públicos. Muitos dos nossos bancos, pelo menos em Maputo, se é que têm um Operations Manager, esse passa o tempo sonecando ou lá está por mera questão cosmética. É incomprensivel que um gestor bancario permita que no intervalo entre as 12 a 14 horas apenas 25% das suas caixas é que estejam a atender a clientela, sabendo que é nessa altura que muitos usuários da banca têm intervalo em seus serviços e aproveitam para fazer algumas transações bancarias. É inaceitavel que um gestor bancario no seculo XXI ainda admita que entre os dias 25 a 5 do mês seguinte tenha, apenas, menos da metade dos seus ATMs operacionais. É intoleravel que neste milenio ainda existam bancos que exigem atestado de residencia para que alguem abra uma conta. É imperdoavel que em 2009, seja necessário esperar cerca de 15 dias para se receber do banco um simples cartão de debito. Será que os bancos em Moçambique querem dinheiro? Ou mudam de atitude perante o negocio ou estão condenadas a desaparecer pois os desafios do negocio hoje exigem gente criativa, ambiciosa e que pense no entusiamos dos clientes e não apenas na satisfação.

terça-feira, 28 de julho de 2009

A ponte, o nome e pancadaria

Quem diria que voltaria ao vosso convivio? Andei tão apertado que nem tempo para respirar tinha, mas como tudo que tem começo, tem sempre um fim a vista, cá estou eu de volta. Volto mais galvanizado, com muita coisa por partilhar convosco sobre o que aprendi nos polos de desenvolvimento por onde passei. Durante a minha ausencia muito se falou a respeito da ponte sobre o rio Zambeze que passará a se chamar Ponte Armando Guebuza em homenagem ao actual presidente da República. Há muitas vozes a favor do nome e outras obviamente contra e como a lei do terceiro excluido não se aplica nesta matéria, eu junto-me ao grupo daqueles que não estão a favor, nem estão contra. Tomo esta posição porque para mim o que conta é a ponte e a questão do nome só se coloca por mera mesquinhez humana. A ponte lá está e servirá a todos com ou sem o nome proposto. Viva a Ponte! O outro assunto que perdi a oportunidade de no devido momento avançar o que penso é a lei que penaliza a violencia domestica contra a mulher. Vi muitos comentarios na imprensa sobre o assunto, uns a favor e outros contra e como é de esperar, tenho também o meu posicionamento sobre o assunto e o avançarei antes que me obriguem a saborear sem querer "dois peixes com legumes". Meus compatriotas! Será que nós precisamos de uma norma para regular o nosso convivio domestico? Precisamos de ter uma lei para sabermos que sovar o outro é mau? Precisamos de uma lei para compreendermos que uma familia so floresce quando todos membros da familia respeitam-se mutuamente? Faz algum sentido aquela lei? Para mim a lei contra a pancadaria domestica não passa de um ensulto colectivo e um cartão vermelho a nossa convivencia domestica. Se eu fosse parlamentar teria dito durante a sessão o seguinte: o unico segredo para uma sã convivencia domestica é o amor e não a lei. Abraço a todos e nada de pancadaria fisica, psicologica e nem a estrutural que vi nos polos de desenvolvimento por onde passei.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Mato na cabeça!

Sempre que ouço falar de actos barbaros cometidos por políticos, da minha terra, me recordo de um ex-colega da Escola, que dizia: É FACIL TIRAR A CABEÇA DO MATO MAS É DIFICIL TIRAR O MATO DA CABEÇA DE ALGUEM... Para o meu colega, que até concordo com ele, se podia com relativa facilidade retirar quem quer que seja da floresta mas o complicado seria urbanizar a pessoa. Esta estoria de tirar a cabeça do mato Vs tirar o mato da cabeça, conduz-nos aos famosos processos de LEARNING AND UNLEARNING. O LEARNING esta associados a incorporação de novos valores e o UNLEARNING faz o inverso. Normalmente levamos pouco tempo para aprender do que para desaprender. Se durante 16 anos aprendemos que todo aquele que pensa diferente, de nós, é inimigo, precisaremos de quase o dobro ou triplo desse tempo para desaprendermos de modo a ficarmos com a mente livre para metermos a nova ideia de que, pensar diferente não é sinónimo de inimizade. Quem pensa diferente é nada mais do que nosso adversário e que no debate com ele precisamos, sempre, de observar do Fair Play. Esta viagem toda vem a proposito do atentado ao presidente do MDM em Nacala por "supostamente" homens umbilicalmente ligadas a Dhlakama e a Renamo. A ser verdade que os suspeitos sejam da Renamo então seria forçado a acreditar que este partido ainda não tirou o mato da cabeça apesar de ter saido do mato a cerca de 17 anos. Parece que a Renamo ainda não desaprendeu que o "salário" de quem pensa diferente é a morte. A Renamo ainda não aprendeu que pensar diferente não significa estar contra quem quer que seja, significa apenas trazer um outro ingrediente ao debate de ideias.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

QUE SUSTO!

Deixe que eu vos conte uma daquelas estórias caricatas que acontecem em nossas vidas e que podem ser lições para outros. É assim, ontem por volta das 16h, a cerca de 1 hora do fim do meu dia laboral, a minha esposa me envia uma sms com o seguinte teor: “ Dpos d job, acompanhei nha colega a clinica e chegdos aki, decidi seguir conselhos k são feits a tds doents e acompnhantes, p fzr tst d HIV. Já tirei sangue e tou xpera ds resultados" Mensagem curta, feita a nossa maneira mas extremamente clara. A madame estava a espera de resultados do teste de HIV naquele momento! Não vão acreditar que em menos de 5 minutos bebi 2 litros de água, baixei a temperatura do ar condicionado para o mínimo possível mas mesmo assim transpirei. Aquilo foi um susto terrível. Eu não faço teste de HIV a cerca de 4 anos e apesar de estar consciente da necessidade de periodicamente procurar conhecer o meu estado, o medo nunca me deixou arriscar. E para a minha infelicidade o telefone da madame fica sem carga e logo incontactável. Vocês imaginam a minha reacção, evoquei a todos os Santos, a todos os meus antepassados adormecidos em Morrumbene e pensei nos melhores curandeiros que publicitam seus serviços nos jornais da praça. Cheio de tanto medo, saí a correr do serviço, sem ao menos dizer tchau ao Júlio Mutisse com quem ia conversando no msn. Entro no carro, ponho-o a funcionar e arranco sem desengatar o travão de mão. Pouco tempo depois começo a sentir um cheiro estranho saindo do carro. Paro e procuro entender que tipo de xipoco seria aquele. Não era xipoco algum, era minha estupidez. Acelerar sem destravar cria algumas disfunções nas rodas (os mecânicos explicam melhor). Tive que, com ajuda de um automobilista que me seguia, pôr água nas rodas para arrefecê-las e depois continuar a viagem. Tentar chegar a clínica onde a madame estava parecia, tentar percorrer 1000 km em uma hora. Finalmente chego a clínica, encontro a madame a trocar sorrisos com a colega. Ela já tinha os resultados e eram negativos. E assim terminava a minha maratona estúpida. Moral da estoria: cada um que tire sozinha a conclusão que achar óptima mas eu acho que a problemática do SIDA é um assunto sério e muitas vezes nós que tivemos o privilegio de passar da escola e que, não raras vezes, mobilizamos os outros para o teste, quando chega a nossa vez moremos de medo. Somos hipócritas, não acham? Riam de mim, quanto quiserem, mas com calma porque amanhã é vossa vez.....

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Quem salva a indústria avícola?

As televisões moçambicanas mostraram ontem, imagens chocantes de massacres de pintos na cidade de Maputo. Os pintos mortos de uma forma brutal eram aos milhares e segundo os criadores, o holoucausto ainda está a começar e temos que esperar mais carnificina dos pobres pintos. A justificação que nos é dada tem a ver com a inundação do mercado nacional com o frango barrato importado e isso provoca a falência dos avicultores nacionais, tudo porque eles não podem ombrear com os importadores. Diz-se que o frango importado chega a custar quase metade do preço do nacional e logicamente o consumidor moçambicano prefere o barrato embora se levante a questão da qualidade mas para muitos isso é conversa para outros planetas. Certamente que o avicultor nacional esta e continuará num beco sem saída se aqueles que fazem Políticas Públicas não se mexer. E muito se podia fazer para salvar não só o empresário avicultor como também os milhares de postos de trabalho que estão em risco e em cascata, milhares de familias que cairão na graça da pobreza que deviamos combater com o PARPA. Muitos governos quando se acham em situações como a que assistimos em Moçambique, lançam mão a obra e adoptam uma das tantas opções messiânicas para salvar as honras do covento. Governos, donde quando a chuva cai fica humidade no solo, perante uma crise dessas, oferecem beneficios fiscais aos empresários em risco ou subsidiam o empresario no que diz respeito aos custos operacionais e ainda adoptam medidas proteccionistas do mercado nacional. Tudo é feito para evitar que a crise se agudize. Muito é feito nesses países do Marte e nós o que faremos?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Discurso elegante!

TENHO ANDADO MUITO OCUPADO E NAO TENHO ACTUALIZADO COM REGULARIDADE ESTE BLOG. E ENQUANTO NAO VOLTO EM PLENO AO VOSSO CONVIVIO, DECIDI PARTILHAR COM TODOS ESTE HONESTO DISCURSO. Durante o copo de agua, o noivo é dado a palavra para dirigir-se aos convidados e eis o que lhe ocorre dizer: 1. Antes de mais eu gostaria de agradecer ao senhor por ter criado a minha esposa e agradecer tambem ao pastor e a sua esposa por nosterem emprestado os aneis do casamento. 2. Um especial agradecimento tambem vai ao dono da casa por nos ter emprestado o seu carro. 3. Estou tambem bastante agradecido ao meu chefe por ter aceite o emprestimo que usei para comprar o meu fato. 4. Um grande agradecimento ao grupo de amigos pela campanha de angariação de fundos em meu nome. 5. A minha cunhada (esposa do meu irmão) muito obrigado por ter cedido o vestido de casamento a minha esposa, e agradeço tambem a minha irmã por ter cedido os seus sapatos a minha esposa. 6. Estou muito agradecido a pessoa que fez o bolo. Conforme o prometido devolve-lo-ei amanhã de manhã assim como o levei. 7. Um agradecimento especial a todos os amigos que trouxeram as suas comidas de casa para eu poder alimentar a todos. Aos que puderam servir-se da comida boa sorte a todos e aos que não puderam espero que venham a faze-lo na festa do primeiro aniversario do nosso filho (felizmente é ja para o ano). 8. Um agradecimento especial aos meus pais por terem trazido a banda cultural da vila para abrilhantar o ambiente e nos entreter a todos nós hoje aqui. 9. Sem me esquecer do Comite do Casamento da Igreja, muito obrigado por terem persuadido a minha esposa para se casar comigo. 10. Agradeço também aos homens casados desta igreja por me terem apressado ao casamento. 11. As mulheres não ficam de fora, o meu muito obrigado por terem ensinado a minha esposa a cozinhar e a dançar. 12. Aos jovens, o meu muito obrigado pela limpeza do local bem como pela lindissima decoração do mesmo. 13. Aos jovens amigos, muito obrigado por terem me ajudado com a 2M e a Laurentina. 14. Aos co-inquilinos, obrigado pelo dinheiro que contribuiram para pagar o cameraman. 15. Para terminar, desejo a todos bom regresso a casa e rezo para que ninguem experimente o sofrimento pelo que passei por este casamento Muito Obrigado

quinta-feira, 19 de março de 2009

Papa e o preservativo

Tenho estado a acompanhar a polémica resultante das declarações do Papa Bento XVI feitas em Youndé capital dos Camarões na última terça-feira. A posição do Sumo pontífice relativamente ao mecanismos de prevenção do HIV já eram conhecidas talvez o que veio criar esta confusão toda é o local e o momento em que o Santo Padre foi reafirmar a sua oposição ao uso do preservativo. É que para o Papa, a Igreja Católica e outras seitas cristãs, o coito é algo sagrado e que deve ser feito após um profundo exercício de preparação e reflexão. O coito não deve ser visto como um hobby em que as pessoas dele se valem para saciar seus caprichos imediatos e de uma forma livre e descomprometida. Vistas as coisas nesta perspectiva o Papa tem razões mais que suficientes para se opor ao uso do preservativo. O que acontece é que na vida temos o ideal e o real. A Igreja é por natureza idealista e dificilmente adopta posições realistas em matérias sensiveis. O ideal era todos abstermo-nos do coito descomprometido e metermos a ele apenas depois do sacramento do matrimónio mas infelizmente a realidade já mostrou que isso é impossível na maioria dos seres humanos actuais. Aliás, Jesus já tinha reconhecido a debilidade humana a cerca de 2000 anos atrás, quando aceitou o casamento como alternativa às dificuldades humanas de observar o celibato. Aqui Jesus não fez mais nada do que ser realista, reconhecer que o ideal nem sempre é possível. Jesus mostrou que o Cristão podia ser realista desde que sob certas condições, como a monogamia. A partir desta experiência de cedência por parte de Jesus eu acho que todos os seus seguidores deviam em algum momento serem tolerantes à realidade e não opor-se radicalmente a uma das formas comprovadamente válida na prevenção do HIV e Sida. Não acham?

quarta-feira, 18 de março de 2009

Você é elegante?

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza. É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca. É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas, por exemplo. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros. É possível detectá-la em pessoas pontuais. Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está. Oferecer flores é sempre elegante. É elegante não ficar espaçoso demais. É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer... porém, é elegante reconhecer o esforço, a amizade e as qualidades dos outros. É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro. É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade. É elegante o silêncio, diante de uma rejeição... Sobrenome, carrão, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. É elegante a gentileza. Atitudes gentis falam mais que mil imagens... Abrir a porta para alguém é muito elegante... dar o lugar para alguém sentar... Oferecer ajuda... ...Olhar nos olhos, ao conversar... Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem enorme para a alma ... Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licença para o nosso lado "brucutu", que acha que "com amigo não tem que ter essas coisas frescuras"! Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os desafetos é que não irão desfrutá-la. Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura RECEBIDO DA ADERITA, VIA EMAIL.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Transformação de conflitos (2)

PARTES DE UM CONFLITO Conflitos são uma realidade social e um dos principais pressupostos para o seu surgimento é a existência de pessoas. Pessoas estas que terão de divergir por causa de um determinado assunto, não bastando porém a consciência entre as partes da existência de divergências enquanto não adoptarem um comportamento que revele as suas diferenças e sauporte as suas posições. Um conflito, em regra, envolve no mínimo duas pessoas, podendo envolver mais, como grupos, famílias, comunidades, partidos, países e por ai fora. O importante na análise de um conflito, sobretudo no que às partes diz respeito, é saber que os actores podem ser de dois tipos. Existem num conflito aquelas pessoas cujo os objectivos e ou interesses divergem ou sobrepõem-se e que adoptam em sua defesa um comportamento que deixa claro que elas estão envolvidas numa contenda. Essas são as partes primárias de um conflito, seria o caso do Governo de Moçambique dum lado e a Renamo doutro lado. Assim, no conflito moçambicano de 16 anos, o Governo e Renamo eram as partes primárias. Existem no entanto, aqueles que entram no conflito em solidariedade com as partes primárias, casos da Africa do Sul que veio em apoio à Renamo e o Zimbabwe que entrou no conflito em apoio ao Governo moçambicano. Esta descrição pode parecer desnecessária mas é extremamente importante tanto para aqueles que estão a conflituar, assim como para quem deseja se envolver nele como mediador, facilitador ou com um outro papel. O que acontece é que por causa da má identificação das partes primária e secundárias de um conflito ou por mera vontade de ignorar a verdadeira parte primária comentem-se erros graves na tentativa de resolver um conflito. Um exemplo típico é o acordo de Inkomati rubricado em 1984 entre os governos Sul-africano e Moçambicano ou seja por uma parte secundária e uma primária da contenda. O objectivo daquele acordo era acabar com a guerra em Moçambique mas não produziu os resultados desejados em virtude de o presidente Machel o ter assinado com quem não estava a conflituar directamente e que não tinha o real conhecimento das causas, para além da falta de poder decisório sobre os operacionais no terreno. Na verdqade, as partes primárias de um conflito é que conhecem as razões que as levam a se “bater” por isso só elas é que podem efectivamente conversar e acabar com as suas diferenças. As partes secundárias embora tenham alguma informação não dispõem de um conhecimento profundo do problema, elas apenas estão para prestar apoio e ou assistência a uma das partes principais com quem se identificam.....

quarta-feira, 11 de março de 2009

MDM é fantochada?

Fiquei a saber hoje que o presidente do MDM, o engenheiro Daviz Simango terá um almoço, no final de semana, em Portugal com alguns dos seus apoiantes, no inicio de um périplo por alguns países do velho continente. Não tenho nada contra o almoço mas sim com o local. Porque é que Daviz corre para Europa? Que tem ele lá? Porque é que não visita províncias, distritos e povoações deste Moçambique e apresentar o seu partido ao nacionais e conquistar apoios internos? Porque Europa primeiro? Alguns me vão chamar nomes, mas eu desconfio tanto deste primeiro sinal do MDM, associado a presença massiva de representantes das diplomacias Europeias, do MDC (Zimbabwe) e do PSD (Portugal) no lançamento do partido. Não será este MDM mais um satélite de alguém escondido na Europa, como o são tantos partidos Africanos? Lembro-me de ter cruzado neste mundo com muitos pseu-moçambicanos que imbuídos de espírito colonialista fugiram o país no momento da revolução, numa altura em que este país deles tanto precisava. Fugiram e a partir de fora apoiaram a Renamo esperançados na derrocada na revolução moçambicana. Não serão estes que frustrados com “o Obama de Moçambique” viram as suas torneiras de ovos de ouro ao Daviz e sua companhia? Outros que com eles cruzei e que se chamam moçambicanos, nada têm a ver com este país, uma vez serem descendentes de colonos e que se acham prejudicados com as nacionalizações e sonham constantemente com alguém que lhes irá devolver patrimónios erguidos com força escrava dos nossos antepassados. É destes que Daviz vai a procura? Até prova em contrario, eu desconfio deste MDM.

terça-feira, 10 de março de 2009

Nkobe-Mimmos-Vilankulos

Senhoras e Senhoras sejam bem vindos ao Q400 que parte de Nkobe com destino a Vilankulos e com uma paragem de sensivelmente 2 horas no Mimmos. Para cumprirmos com as normas de aviação civil, todos telemóveis devem ser desligados neste momento, cadeiras endireitadas e cintos de segurança apertados, heheheh. Meus caros, as últimas 3 semanas foram extremamente pesadas para mim e é por isso que não consegui marcar presença na blogsfera, tudo porque tinha uma viagem de trabalho a Vilankulos e no meio dos preparativos tive uma pausa para me fazer presente no Mimmos. É que no Mimmos esteve reunida a comissão política da blogsfera moçambicana e eu como membro da mesma não podia faltar. Não vou relatar o evento do Mimmos porque os nossos relatores,Mutisse, Nyikiwa e Shir o fizeram em tempo oportuno mas devo dizer que foi uma tarde inesquecível. Foi bom partilhar a mesma mesa com blogers que a bastante tempo com eles interagia, caso do Duma, Amosse Macamo, Yndongah, Chacate, Xim, os 3 relatores acima referenciados para além do vertical editor do picante Escorpião. depois do Mimmos parti com destino a Vilankulos, um distrito com um potencial para crescer e ser grande mas que as várias pragas o tramam. Vilankulos tem dos mais graves problemas de fornecimento de energia eléctrica que se podia imaginar neste país, tem ainda o problema da violação brutal da lei laboral deste país, no que a contratação da mão-de-obra estrangeira diz respeito. É muito normal encontrar estrangeiros a trabalharem como garsons, vendedores e recepcionistas enquanto os nacionais sucumbem no desemprego. Mas o mais grave dos problemas que Vilankulos tem está relacionado com venda da terra. Por lá vende-se tudo que é pedaço de terra aliás alguém bem informado me disse que todos terrenos junto a costa, a partir de Vilankulos a Inhassoro já foram vendidos e isso já está a criar conflitos entre as populações e os novos senhores de terras. O que acontece é que os senhores feudais logo que compram as terras tratam de vedá-las e nesse processo acabam fechando os acessos que as comunidades usam para chegar a praia donde durante séculos tiram o seu sustento. E isto gera conflitos que acabam afectando o processo do desenvolvimento daquele distrito e por isso proponho-me a analisar proximamente com alguma profundidade o assunto, na série transformação de conflitos.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Transformação de conflitos (1)

Em transformação de conflitos temos a figura da “negociação” que consubstancia uma forma pacífica de reduzir diferenças entre partes desavindas mediante um processo de diálogo e cedências mútuas. A negociação nos oferece dois tipos de abordagens, a chamada (1) negociação posicional e a chamada (2) negociação baseada nos interesses. A negociação posicional é aquela em que as partes definem os seus objectivos e ou posições não se preocupando em revelar os seus interesses e ou necessidades a contraparte. É aquele caso em que um vendedor de cadernos diz, “o meu produto custa 10,00Mt” e o comprador diz, “eu apenas pago 5,00 Mt pelo caderno”. Aqui o vendedor definiu a sua posição em 10,00Mt e o comprador em 5,00Mt. É provável que todos nós tenhamos já experimentado uma situação idêntica a referida no parágrafo anterior e o interessante é que, o comprador não procura saber quais são os interesses e necessidades que o vendedor tem e que o levam a definir 10,00Mt como o preço da venda. O vendedor também não procura conhecer os interesses e necessidades do comprador e que o levam a querer comprar o cadernos por apenas 5,00Mt. Este texto que acabará representando o início de uma série de postagens sobre a transformação de conflitos, vem a propósito do post da minha amiga Yndongah publicado aqui e que no mesmo ela discute aspectos relativos a liberdade feminina. É também estimulada, esta serie, por uma noticia interessante que li no ZimOnline. O jornal electrónico do vizinho Zimbabwe reporta um braço de ferro entre o Governo Zimbabweano e o Sindicato de Professores daquele país. Os professores exigem um salário mensal de 2 500USD antes de levantarem a greve que observam e o Governo por sua vez aceita pagar apenas 100 USD/mês. Outra razão que leva a iniciar está série, é o desafio que Reflectindo me colocou aqui. Quero nesta serie discutir as formas pacíficas de ultrapassar os nossos conflitos, começando por mostrar as vantagens e desvantagens de uma abordagem posicional, encontrada no texto da Yndongah e no ZimOnline. Aguardem a próxima postagem.
Imagem tirada daqui

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Porrada doméstica

O dia de São Valentim veio relançar o debate sobre a "porrada domestica" no nosso país, tudo por causa daquele compatriota que achou que a melhor forma de presentear a dama era sová-la de uma forma brutal. Na verdade, não sei porque a coitada foi espancada mas não me parece exister no planeta terra alguma razão que justifique aquela barbaridade, aliás o músico Avelino Mondlane teria cantado (em vida) "a wa sati a vabi, a wa sati xiluva..."
O debate a que me refiro peca, quanto a mim, por ser discriminátorio. Fala-se de uma lei de protecção da mulher contra "porrada doméstica" e para mim seria bom que procurassemos adoptar uma lei que criminaliza a violência doméstica, independentemente de quem a pratica e de quem é vitima. O anteprojecto de lei depositado na AR visa proteger apenas a mulher e deixar todos os homens torturados pelas parceiras à Deus dará.
Me parece injusto e improducente tentarmos forçar a aprovação de uma lei discriminatória. Apesar de as estatísticas indicarem que o maior número de pessoas que se dirigem a polícia para se queixar são mulheres, não podemos esquecer que há tantos homens que são espancados (pelas parceiras) mas que o machismo exagerado os inibe de sair a procura de ajuda. Pergunto então, os homens que são vitimas não merecem protecção?
Parece que as pessoas que estiveram a frente da elaboração daquele anteprojecto de lei não fizeram bom trabalho e tudo indica que focalizaram a sua atenção na violência de que os seus parceiros infringem contra elas e se esqueceram da porrada que os seus filhos, irmãos, primos e netos levam ou podem ser vitimas.
Homens também são vítimas da sova doméstica, quem duvída que lance um estudo sério e se irá surpreender com os resultados.
Imagem tirada daqui

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A ceu aberto

Já que se fala de cólera em todos cantos, decide publicar uma foto que tirei numa das cidades do nosso Moçambique. Esta foto diz tudo sobre como (mal)tratamos os nossos tachos. Acabemos com este tipo de talhos, please!!!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

2 Xim

Xim, te desejo um feliz aniversário. Rogo ao Criador que te ilumine e sobre ti derrame as suas infindaveis bençãos.
Imagem tirada daqui

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Já são dois!!!

Junior hoje é o teu aniversário, o pai e a mamãe te desejam tudo de bom. Rogam continuamente a Deus para que te conceda muita saúde, muita paz, muitos amiguinhos e muita sabedoria. O pai e mamãe querem que cresças tanto fisicamente como espiritualmente e que sigas sempre o caminho do menino Jesus.
Feliz aniversário e tudo de bom para o menino.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Pai monstro!!!

Decidi hoje desabafar, afinal essa é uma das formas de libertar a alma dos montões de dores que a inundam. E quero queixar-me das nossas esposas. Por várias vezes ouço na minha propria casa, na casa dos amigos, dos vizinhos, no caminho, chapa e em outros locais onde estejam mães e seus filhos, as frases “cale-te senão o teu pai vai bater” “vou queixar ao teu pai”, “teu pai não vai gostar” etc etc. Estas frases seriam tão normais para mim, não fosse o facto de serem quase sempre proferidas pelas mães do menino ou menina desobediente. A questão que me intriga é, porque é que a mãe em vez de pôr o filho indisciplinado na linha, passa essa responsabilidade ao pai? Porquê é que só o pai é que pode dar tau-tau ou se zangar? Não será está uma forma de fazer do pai um monstro perante os filhos? Mais ainda, não será esta prática que faz com que o/a filho/a comece a não respeitar as suas mães. Para mim todos, como pais, temos responsabilidades na condução dos nossos filhos, mormente no que ao seu comportamento diz respeito. Não me parece bom, que venha apenas do pai a zanga ou o tau-tau ao menino que mal se comporta. Acho isso batota da parte das nossas esposas.
Estou a exigir demais às nossas esposas e mães dos nossos filhos?
Imagem tirada daqui

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Deus não é surdo!!!

Meus caros, eu cá estou de volta. As festas foram, por mim, bem passadas. Tentei não fazer gastos acima do razoável e felismente consegui. Estas foram as festas que menos gastei, espero que vocês também não tenham deixado as festas vos conduzir a uma situação de estigem total.
Vi muita coisa boa, durante a quadra festiva, apesar de ter notado alguns excessos, sobretudo de alguns religiosos como eu. Tenho a sorte de viver perto de um templo Cristão, onde durante a quadra festiva decorriam missas matinais, os chamados cultos devocionais. Os cultos começavam as 4h e a partir dessa altura eu era obrigado a acordar, porque os crentes libertavam externalidades negativas que encomodavam tanto, como se Deus fosse surdo.
Deus não é surdo, Ele ouve e sabe ler os nossos pensamentos, mesmo sem pronunciar palavra nenhuma, não havendo por isso necessidade de gritarmos quando a Ele nos dirigimos. Rezemos com razoabilidade, por favor!
Deixando de lado esse facto, nada mais atrapalhou o meu descanso. Voltei forte, com alguns quilinhos a mais e muita energia para os desafios de 2009. Contem comigo!
Imagem recebida de um amigo, via email.