terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Pierluigi Collina na Luz

Para quem acompanhou o futebol mundial nos últimos 10 anos, certamente conhece este cidadão do mundo. Pierluigi Collina é um exemplo de integridade e honestidade futebolistica. Ele é um modelo daquilo que o futebol devia ser. É, sem duvida, uma fonte de inspiração, daqueles que tem na arbitragem a sua profissão.
Foi bonito, rever este homem do apito, ontem. Collina mostrou a todos que estiveram no Estadio da Luz que continua igual a si mesmo, integro e apaixonado pelo futebol e em especial pelo apito.
Foi maravilhos rever lendas do futebol mundial como Zinedine Zidane, Luis Figo, Humberto Coelho. Foi interessante ver e partilhar com as estrelas do futebol mundial, a dor do povo haitiano. Na verdade, aproveitei para matar as saudades que tinha do apito do grande Collina. Bem haja a RTP por nos ter trazido aquele grande jogo.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Armandinho grama de piri piri

Foi interessante ver as duas reportagens que a STV e a TVM passaram ontem, no âmbito do aniversário do Chefe do Estado Moçambicano.
Quatro coisas me marcaram naquelas repostagens. A primeira tem a ver com o amor que ele tem com as suas raizes africanas. Sim, paixão pelas suas raizes, facto que pode ser visto nos nomes dos seus filhos, Mussumbuluco e Ndambi. Gostei dos nomes, pena e muita pena que tanto Arsénio Herinques, nem o Francisco Junior perguntaram ao aniversariante, da mensagem que queria transmitir ao escolher aqueles nomes para os filhos. É que, cá entre nós, os nomes carregam sempre uma mensagem e tal mensagem não se acha numa tradução directa do tipo, Mussumbuluco= começo, inicio e Ndambi=cheias. Não é bem assim.
Gostei de saber que o PR conviveu embora por alguns momentos com o temido Chico o Feio, o tal que era reconhecido pela suas habilidades de bater sem se cançar. Guebuza mesmo sabendo que o Chico era um sovador nato não vassilou, enfrentou-o para valer. Que corragem, hein!
Não menos importante, foi a estória da cobra. Guebas tem fobia, mas aqui estou com ele. Aquele bicho não brinca, só Machel mesmo, para esperar que o bicho saisse e não eles.
Agora, onde não aguentei, foi na profunda amizade que tem com piri piri. O homem não come sem piri piri. Ele grama de piri piri e os seus mais proximos dizem que não pensava duas vezes em meter o produto nos seus bolsos. Isso é que é gostar mesmo.
Na verdade, ao longo das reportagens cheguei a pensar em presentea-lo, proximo ano, com algum piri piri mas desiti, porque alguem acaba de me dizer que aquele produto faz mal a saúde e só posso lhe desejar muitos e longos anos de vida e com pouco piri piri, claro.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Espiritos impiedosos de Mavoco

Há um ditado popular que diz: "filho do peixe sabe nadar". Eu diria, filho de camponês sabe trabalhar a terra. Aliás, esse é um dos maiores legados que recebi da minha mãe.
Quem cresceu a trabalhar a terra para ter o seu sustento, para ter a sua nyangana, cacana e maçaroca, custa-lhe ter que comprar esses produtos.
A cada vez que vejo alguem a investir uns meticais na compra da cacana da dona Mimi, que cresce na parede da sua casa de banho, perco o ar de tanta dor no peito. E para que nunca mais, a minha família voltasse a consumir cacana produzida na parade do WC da dona Mimi, decidi nos finais do ano passado, voltar a fazer o que sempre fiz, trabalhar a terra.
Adquiri uma mata em Mavoco, mandei desbravar, investi no homem da charrua que prontamente lançou-se ao trabalho, afinal receberia uns preciosos 3500 meticais no fim da jornada. Com a terra quase pronta a receber a semente, o bolso do homem da charrua quase a receber o cash, eis que o régulo decide mandar paralisar os trabalhos, como que a dizer l`etat c`est moi.
Para o régulo, há que parar com os trabalhos, em todas as machambas que estão na zona de Mavoco, porque os espiritos andam lixados connosco e por isso não largam uma única gota de chuva cair por mais de três meses.
Há que parar com o trabalho à terra, porque quando cultivamos uma terra quente mais furiosos deixamos os antepassados e estes se vingam lançando sobre Mavoco toda a sua raiva e quando isso acontecer, não teremos chuva por todo o ano.
Para o meu respeitavel régulo, a chuva tem um regulador invisivel que a solta ou a prende quando bem entende. A chuva não é da natureza, não. A chuva pertence aos espiritos e nós ou os obecemos e temos a chuva ou os desrespeitamos e eles se vingam.
Cá para mim, os espiritos de Mavoco são injustos na sua vingança pois eu nada fiz para receber tanta fúria deles. Eu paguei pela mata, entreguei o vinho, as duas galinhas, a farinha e eles (os espiritos) delagaram, antes de eu lá chegar, ao régulo a comer em nome deles. Se eu cumpri todo ritual, porquê é que não me deixam trabalhar? Porquê é que não soltam a chuva? Me querem ver a comer a cacana do WC da dona Mimi?