quinta-feira, 14 de maio de 2009

QUE SUSTO!

Deixe que eu vos conte uma daquelas estórias caricatas que acontecem em nossas vidas e que podem ser lições para outros. É assim, ontem por volta das 16h, a cerca de 1 hora do fim do meu dia laboral, a minha esposa me envia uma sms com o seguinte teor: “ Dpos d job, acompanhei nha colega a clinica e chegdos aki, decidi seguir conselhos k são feits a tds doents e acompnhantes, p fzr tst d HIV. Já tirei sangue e tou xpera ds resultados" Mensagem curta, feita a nossa maneira mas extremamente clara. A madame estava a espera de resultados do teste de HIV naquele momento! Não vão acreditar que em menos de 5 minutos bebi 2 litros de água, baixei a temperatura do ar condicionado para o mínimo possível mas mesmo assim transpirei. Aquilo foi um susto terrível. Eu não faço teste de HIV a cerca de 4 anos e apesar de estar consciente da necessidade de periodicamente procurar conhecer o meu estado, o medo nunca me deixou arriscar. E para a minha infelicidade o telefone da madame fica sem carga e logo incontactável. Vocês imaginam a minha reacção, evoquei a todos os Santos, a todos os meus antepassados adormecidos em Morrumbene e pensei nos melhores curandeiros que publicitam seus serviços nos jornais da praça. Cheio de tanto medo, saí a correr do serviço, sem ao menos dizer tchau ao Júlio Mutisse com quem ia conversando no msn. Entro no carro, ponho-o a funcionar e arranco sem desengatar o travão de mão. Pouco tempo depois começo a sentir um cheiro estranho saindo do carro. Paro e procuro entender que tipo de xipoco seria aquele. Não era xipoco algum, era minha estupidez. Acelerar sem destravar cria algumas disfunções nas rodas (os mecânicos explicam melhor). Tive que, com ajuda de um automobilista que me seguia, pôr água nas rodas para arrefecê-las e depois continuar a viagem. Tentar chegar a clínica onde a madame estava parecia, tentar percorrer 1000 km em uma hora. Finalmente chego a clínica, encontro a madame a trocar sorrisos com a colega. Ela já tinha os resultados e eram negativos. E assim terminava a minha maratona estúpida. Moral da estoria: cada um que tire sozinha a conclusão que achar óptima mas eu acho que a problemática do SIDA é um assunto sério e muitas vezes nós que tivemos o privilegio de passar da escola e que, não raras vezes, mobilizamos os outros para o teste, quando chega a nossa vez moremos de medo. Somos hipócritas, não acham? Riam de mim, quanto quiserem, mas com calma porque amanhã é vossa vez.....