segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ben Alí, o presidente fugitivo

Um dia chegará em que o cajú estará suficiente maduro para cair da árvore. Juiz Augusto Paulino
Não há duvidas que na atitude de Ben Alí, o fujão, as palavras de Augusto Pulino encaixam que nem numa luva. Demorou mas o cajú amadureceu e caiu. Caiu e de nariz, afinal não quiz olhar para a terra durante a sua subida. Nao criou condiçoes necessarias para que, os que estivesse em terra se preparassem para recebe-lo em caso de queda.
O nosso fujão, quando ainda saboreava o ar puro das alturas, não poupava as palavras e nem perdia tempo seleccionando os adjectivos para que nao se valesse dos mais violentos contra os seus compatriotas. O fujão embalado pelo vento das alturas, pintou de terrorista ao povo esfomedado que nada exigia, para além de pão para enganar o estomago.
Ben Alí, o Zeinadine, usou a mais violenta e brutal força militar e policial contra os seus compatriotas que pediam apenas as migalhas da sua afortunada mesa. Mas como o ultimo a rir, o faz melhor, o povo tunisino 23 anos depois , matou o cão tinhoso.
Espero eu, que o desmoronamento do Ben Alí, sirva de licção ao outros Alís espalhados por toda a nossa sofrida África. Que os outros Alís comecem a respeitar o povo que os ajudou a galgar até as alturas, que sejam mais comedidos nos seus discursos, para que nunca e nunca mais nenhum filho de Africa que tenha tido a sorte de estar nas nuvens, em vez de descer no fim da sua trajectoria, fuja para as Arabias.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Atire a primeira pedra quem nunca pecou

E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério. E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio acto, adulterando. E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. Joao 8:3-7

O ano 2010 se foi a menos de uma semana. Para muitos, incluindo a minha pessoa, 2010 é um ano para esquecer. É um ano para esquecer porque o custo de vida atingiu um pico assustador e isso foi suficiente para deixar bem furado os bolsos de muitos, já a bastante tempo esburacados. Aliás foi o elevado custo de vida que nos conduziu ao tenebroso 1 e 2 de Setembro.

Em 2010, foi também um ano negro no campo de debate, aqui na blogsfera. Sim, passamos quase todos os doze meses envolvidos em mordidelas ruidosas, que só contribuiram para escangalhar todo um saboroso e construtivo debate que aqui fluia antes da euforia eleitoral de 2009. E quanto a mim, a forma apaixonada e descuidada como nos envolvemos e ou interpretamos o corre-corre eleitoral de 2009 representou um marco negativo e que evenenou todo um sadio debate na nossa blogsfera. É que durante todo 2010, na maioria das vezes, postavamos ou para denegrir ou para exaltar uma determinada cor política.

Em 2010, foram aprimoradas as estrategias “escovistas”. Todo mundo tentava mostrar uma cara perfumada e simpatica ao seu suposto idolo político. Como tal, nem que o idolo fosse achado com a boca na botija, o escovador fingia nao ter visto, nem que para tal tivesse que criar condiçoes para todo mundo questionar a sua lucidez, seja academica ou de outra indole. Em 2010 só se escovava, e alguns mais gulosos e avarentos, prefiriam engolir toda a bota do idolo para que os outros nao tivesse a acesso a ela.

Por causa da pobreza do debate que existia na nossa blogsfera, muitos dos que a ele nao se reviam, enfiaram-se num assustador silencio, como se de avestruzes se tratassem. Muitos foram os bloguistas que viraram as suas atençoes para outros pontos onde podessem achar um ar puro e sadio para expressar as suas ideias.

Em 2010, a minha Matola continou orfã. A nossa edilidade continuou gatinhando e muito aquém das expectativas dos municipes. As estradas continuaram esburacadas, a resposta as solicitaçoes dos municipes, mormente no campo de licenciamento de DUATs continua assustadoramente lento. O lixo continua em quantidade industriais, aliás em muitos bairros nem se conhece a cor do carro da salubridade, apesar de mensalmente o municipe contribuir para os cofres municipais.

Uma boa parte do simples cidadaos também aproveitou 2010 para dificultar ainda mais a vida dos governantes, ora deitando o lixo em locais ou momentos inadequados, ora destruindo ou removendo os recipientes deixados pelo municipio para nele se depositar residuos solidos. Outras pessoas, adoptaram as mais bizaras artimanhas para nao pagaram as suas obrigaçoes enqunto municipes, refiro-me as variadas taxas devidas pelo cidadao. Outros municipes ainda, ao invez de contribuirem no combate ao crime, mediante a denuncia dos meliantes à policia, preferiram protege-los e assim dificultar ainda mais os esforços vizando garantir a segurança de todos nós.

Nao posso, de maneira nenhuma, terminar este post sem dizer bem alto que, foi em 2010 que a EDM assegurou a iluminaçao pública a quase todos bairros da nossa Matola, tornando facil a nossa vida nocturna enquanto municipes e dificultando a daqueles que se valiam da escuridão para assaltar e ou violar estudantes e trabalhadores a caminho das suas casas.

Em suma, 2010 foi um ano cheio de coisas ruins. Contudo, nao me parece util neste momento tentar atirar pedra a quem quer que seja. Aliás, em 2010 todos nós, governantes, academicos e cidadaos comuns contribuimos de uma e doutra forma para que 2010 fosse o que acabou sendo. Útil porém, é todos nós aprendermos com os nossos erros e procurarmos assegurar que 2011 seja um ano diferente e que no seu final todos nos possamos orgulhar pelos nossos feitos. A todos amigos e visitantes deste espaço, um bom 2011.

E desta forma anuncio o meu regresso a blogsfera.