segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Sem comunicação

Aproveitei o fim de semana para tentar perceber o que cada um dos que ambicionam assentos na AR, andam a dizer ao chamado povo, que ontem, constituia as famosas massas populares. Diz-se por aí, muita coisa boa, muita coisa de se rir para valer e muita coisa abominável que é de se chorar. Prestei atenção especial às mensagens que são transmitidas ao eleitor. Fiquei com a sensãção de que muitos candidatos não conhecem a realidade do país. Fiquei intrigado ao constatar que, muitos que sonham em nos representar na AR, não sabem que o grosso dos moçambicanos é analfabeto e que tem muitas dificuldedes de perceber o Português e pior quando se adopta uma linguagem técnica. Alguem disse o seguinte:"... vamos garantir um maior envolvimento do cidadão na elaboração e implementação do PESOD...." e disse mais "...apesar de estarmos conscientes de que com os 7 milhões, em muitos distritos, o PIB PER CAPITA...." Num outro ponto do país alguem disse.." sabemos que falta CREDITO para moçambicanos da vossa FAIXA ETÁRIA.." Um outro, e esse não o perdoo porque, sendo um intelectual, devia saber que, para que, a mensagem chegue ao destinatário é necessário que haja partilha de codigos entre o emissor e receptor. Este meu e nosso intectual da praça, disse coisas assim "... uma das nossas apostas é a SAÚDE PÚBLICA.." Um outro disse de boca cheia "...neste país temos POLÍTICAS PUBLICAS mesquinhas..." Será que o povo do interior de Panda ou de Mavago sabe que estória é essa de PESOD? Sabe que palhaçada é essa de PIB PERCAPITA? Quando dizemos CREDITO e paramos por aí, não criamos confusão com o da mcel ou vodacom? FAIXA ETÁRIA, que é isso, não é melhor falarmos de idade? E POLÍTICAS PÚBLICAS meu Deus! Quantos sabem que bicharada é essa? E SAÚDE PÚBLICA?

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Política das coisas

Ele: Aló mano, beleza? Eu: Epa! Como vês! (Eu estava com o carro enterrado a espera de uns amigos para ajudar a tirá-lo) Ele: Mano, peço a tua colaboração. Eu: humm, em quê? Ele: votando no meu partido porque promete construir escola para as crianças. Eu: construir aonde? Ele: aqui em Nkobe, para os pequenos pararem de sofrer. Eu: Mas Escola não é prioridade para a população de Nkobe! Ele: (silencio).... se o meu partido ganhar vai governar de forma diferente. Eu: O que é governar de forma diferente? Ele: Acabar com o sofrimento do povo, criar industrias como a Mozal para dar emprego as pessoas, também vai contruir um hospital aqui em Nkobe. Eu: Que tipo de Hospital? Ele: um grande como José Macamo ou Central. Eu: que bom! Mano, eu estava a espera daqueles dois jovens para tirarmos o carro daqui do areal. Te importas em ajudar um pouco a empurar? Ele: na boa bro, basta orientar uma 2... para matar a sede! Eu: Ta nice, e o teu partido não prevê tchunar esta estrada (Nkobe-Khongolote), para minorar o nosso sofrimento? Ele: .... não sei mano, é que hoje não levamos aquele livrinho que tem as coisas que vamos fazer. Eu: ???????????????

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Cadê o debate?

Este é um ano complicado para mim. Tudo por causa das eleições que vão paralizar por alguns meses o normal curso da nação e por isso sou obrigado a fazer tudo que está no meu plano anual pelo menos até o inicio da campanha eleitoral já que as pessoas que com elas interajo no meu trabalho são políticos e sei que dentro de dias não terão tempo para mim. Esta é a principal razão que faz com que não consiga actualizar o blogue já que passo maior parte do tempo nos polos de desenvolvimento. Hoje roubei, a mim mesmo, uns minutinhos para ver alguns blogues e achei um interessante texto da autoria do Lazaro Bamo e sem a sua autorização publico abaixo, alguns paragrafos do mesmo. A convivência entre os bloguistas cresce a cada dia que passa, e o preço que a gente paga é um tanto a quanto alto, morre a meu ver o debate na blogosfera, passamos a vida a trocar palavras de amor e a concordar com os nossos amigos. O culpado disso não é ninguém, é um acto involuntário, porque já não temos coragem de debater com frontalidade, pois a todo custo queremos ver esta amizade nova a crescer e achamos que qualquer contradição nos pontos de vista pode minar este novo prazer que queremos experimentar. Criamos grupos de debate e diálogo e debate, os excluídos preferem fazer cartas para eles mesmos, ( isto me faz lembrar aquela de um maluco que escreve uma carta e é flagrado pelo médico e este pergunta quem era o destinatário, o maluco disse ele mesmo e o médico procurou saber o que estava escrito, o maluco nem mais, disse que não sabia porque ainda não tinha recebido a carta ) e criam monólogos. O resultado desta cegueira emocional é que trocamos mensagens com banalidades e assuntos que ao meu ver não podem nos roubar tempo. Não estou a criar fantasma, pare e pense comigo, não me dê razão, não subscreva o que digo, pense a sua maneira e diga algo. Estou muito feliz por criar amizade na blogosfera, mas sinto falta do confronto de ideias e pontos de vista, os defeitos de cada um de nós parecem que tendem a ganhar espaço no lugar de qualidades, quando eu vou discutir ideias do meu amigo fulano que quando bebe fica aquilo, já não o faço com seriedade que devia, volto a repetir é um acto involuntário que não podemos negar. Não quero sugerir morte de encontros e projectos sociais, mas temos que pensar nos debates também, isso é urgente. Esta letargia pode estar a beneficiar os infiltrados na blogosfera, os que tem como missão matar o debate, envenenar as mentes, aculturar os intelectuais e impor sua forma e cor. Quero conviver com os blogers mas por favor não deixemos que nossa amizade mate o debate, temos que estar atentos porque forças há ao meu ver, que pretendem matar nossa missão, o ano é o argumento disso. Sorry posso estar a ver fantasmas... Mas esta ideia não me sai da cabeça.