segunda-feira, 16 de março de 2009
Transformação de conflitos (2)
PARTES DE UM CONFLITO
Conflitos são uma realidade social e um dos principais pressupostos para o seu surgimento é a existência de pessoas. Pessoas estas que terão de divergir por causa de um determinado assunto, não bastando porém a consciência entre as partes da existência de divergências enquanto não adoptarem um comportamento que revele as suas diferenças e sauporte as suas posições.
Um conflito, em regra, envolve no mínimo duas pessoas, podendo envolver mais, como grupos, famílias, comunidades, partidos, países e por ai fora. O importante na análise de um conflito, sobretudo no que às partes diz respeito, é saber que os actores podem ser de dois tipos. Existem num conflito aquelas pessoas cujo os objectivos e ou interesses divergem ou sobrepõem-se e que adoptam em sua defesa um comportamento que deixa claro que elas estão envolvidas numa contenda. Essas são as partes primárias de um conflito, seria o caso do Governo de Moçambique dum lado e a Renamo doutro lado. Assim, no conflito moçambicano de 16 anos, o Governo e Renamo eram as partes primárias.
Existem no entanto, aqueles que entram no conflito em solidariedade com as partes primárias, casos da Africa do Sul que veio em apoio à Renamo e o Zimbabwe que entrou no conflito em apoio ao Governo moçambicano.
Esta descrição pode parecer desnecessária mas é extremamente importante tanto para aqueles que estão a conflituar, assim como para quem deseja se envolver nele como mediador, facilitador ou com um outro papel. O que acontece é que por causa da má identificação das partes primária e secundárias de um conflito ou por mera vontade de ignorar a verdadeira parte primária comentem-se erros graves na tentativa de resolver um conflito. Um exemplo típico é o acordo de Inkomati rubricado em 1984 entre os governos Sul-africano e Moçambicano ou seja por uma parte secundária e uma primária da contenda. O objectivo daquele acordo era acabar com a guerra em Moçambique mas não produziu os resultados desejados em virtude de o presidente Machel o ter assinado com quem não estava a conflituar directamente e que não tinha o real conhecimento das causas, para além da falta de poder decisório sobre os operacionais no terreno.
Na verdqade, as partes primárias de um conflito é que conhecem as razões que as levam a se “bater” por isso só elas é que podem efectivamente conversar e acabar com as suas diferenças. As partes secundárias embora tenham alguma informação não dispõem de um conhecimento profundo do problema, elas apenas estão para prestar apoio e ou assistência a uma das partes principais com quem se identificam.....
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário