quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Negócio do SIDA

aqui que o Ministério da Saúde Brasileiro anunciou que pessoas que mantiveram relações sexuais sem preservativos e que correm o risco de infecção pelo vírus HIV poderão solicitar medicamentos antirretrovirais como forma de prevenção. Segundo a noticicia , para ter acesso aos remédios, qualquer indivíduo deve procurar um dos 700 centros de referência no tratamento de HIV-SIDA em até 72 horas após a relação sexual desprotegida, mas o ideal é que sejam duas horas.
Esta notícia me deixou de alguma forma perplexo. Se se sabe que tomar anterretrovirais, duas horas após a relações sexuais desprotegidas previne a contaminação, porquê é que esta medida não é popularizada?
Já se disse várias vezes que as mulheres, especialmente em Africa, têm fraco poder de negociar o uso do preservativo junto aos seus parceiros, por factores económicos e culturais, porquê é que não se dissemina o uso de anterretrovirais após o acto sexual. Nem que para tal, elas tenham que o fazer as escondidas.
Quantas trabalhadoras do sexo seriam salvas com esta medida? Quantas vítimas de violação sexual terias suas vidas poupadas? Quantas crianças teriam a possibilidade de crescer com o carinho e calor das suas progenitoras?
Alguma razão especial para deixar pessoas sucumbirem quando existe uma saída que reduziria o número de novas infecções?

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

monyo-monyo lipatu

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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Alimentos não são uma mercadoria qualquer

Nos passados dias 1 e 2 de Setembro, assistiu-se em alguns bairros populares da cidade de Maputo, capital de Moçambique, e na cidade da Matola, uma cidade da cintura industrial de Maputo, a manifestações populares de grande violência, saque de bens alheios, públicos e privados, por parte de alguns elementos da população, e a uma repressão muito violenta da parte das forças policiais, podendo se deplorar a morte, por bala, de treze pessoas confirmadas, entre as quais duas crianças.
A UNAC, União Nacional de Camponeses, condena tanto o uso da repressão cega e da força letal por parte das forças da ordem, como a destruição gratuita de imóveis, veículos, bombas de gasolina e outras estructuras físicas por parte de elementos da população. Além disso, a UNAC deplora profundamente a morte de inocentes, que se encontravam no local errado na hora errada. Nossos votos para que, num país que se diz “ estado de direito”, uma situação destas não se repita NUNCA MAIS.
Um dos elementos que estão na origem desses levantamentos populares é a subida do preço do pão – quase simultánea com o incremento das tarifas de energia eléctrica, do fornecimento da água potável e dos combustíveis (esses últimos tendo conhecido incrementos regulares nos passados meses). A tensão no seio do povo já estava presente há meses devido ao aumento do custo da vida. Lamentamos que mais uma vez, quem é de direito não se tenha dado conta até as manifestações da semana passada acontecerem.
O pão, embora Moçambique não seja produtor de trigo, tornou-se um alimento diário básico para milhares de famílias moçambicanas do meio urbano. Sabe-se que o trigo, tal como outros bens alimentícios, é cotado nas bolsas mundiais, tornando-se assim um bem com valor muito volátil e sujeito à especulação, que depende dos altos e baixos dos mercados. No presente caso, o aumento do preço do trigo a nível mundial, seria derivado, entre outros motivos, do corte no seu fornecimento pela Rússia, que foi vítima, nas passadas semanas, de incêndios de grande amplitude, que atingiram as zonas produtoras desse cereal. Como então se justifica que incêndios no mato Russo possam ter consequências tão desastrosas para populações africanas, e mais particularmente moçambicanas?
Avaliando a situação que acabamos de assistir no nosso País (que provavelmente repetir-se-á não só em Moçambique mas também noutros países africanos, tal como aconteceram, em 2008 e pelos mesmos motivos, as chamadas “revoltas da fome” com o aumento do preço do arroz em vários pontos do continente e não só) fica óbvio que “há algo de podre no reino da globalização”. De realçar que mais uma vez, os países do chamado “terceiro mundo” são vítimas das crises que o “mundo desenvolvido” produziu. Daí nossas fortes dúvidas se realmente é esse o modelo que nós, os chamados “países pobres”, devamos seguir.
Como UNAC, reiteramos hoje o que temos estado a exigir a nível nacional, mas também a nível internacional dentro da Via Campesina: os nossos governos – e o governo moçambicano em particular - têm que levar a cabo compromissos políticos a longo prazo, por forma a reconstruir as economias alimentares nacionais. Os países doadores têm um peso extremamente grande no orçamento geral do País. Apelamos aos Governos destes países para observarem os compromissos de Paris e Accra no que concerne ao respeito pela soberania nacional na definição da agenda do nosso País.
A grande prioridade deve ser dada à produção alimentar doméstica para minimizar a dependência do mercado internacional. Os camponeses e pequenos agricultores devem ser estimulados, através de melhores preços para seus produtos e mercados estáveis, para produzir alimentos para si, para suas comunidades e para as cidades. Isto significa um aumento do investimento na agricultura do sector familiar, em pequenas e médias explorações para fazer face ao mercado interno, assim como medidas para controlar as importações baratas de bens alimentares.
A UNAC quer insitir aqui no termo “agricultura camponesa”, por oposição à “agricultura de grande escala virada a exportação”: a agricultura camponesa significa que ela basea-se nos camponeses e nas camponesas, que desempenha uma função social e cultural, zela por uma produção alimentar de qualidade, orgânica e adaptada aos hábitos e costumes alimentares locais, livre da especulação nas bolsas mundiais.
A UNAC insiste na necessidade de se olhar de forma mais positiva para a agricultura camponesa. As políticas neoliberais foram gradualmente formatando a alguns de nós, de que “os camponeses só produzem para a subsistência”, portanto “não é com eles que se pode dar o salto qualitativo para o desenvolvimento e o que é preciso é que a agricultura seja negócio e mais negócio”, daí a paranóia da agricultura de grande escala ou “agribusiness”. Vários exemplos em defesa desta argumentação nos são apresentados e que, portanto, é ela que devemos seguir. Isto é o que se propaga e implementa nos países ditos desenvolvidos e não só.
O que acontece é que as crises alimentares vão sucedendo uma a outra periodicamente à medida que se avança nesta direcção. É verdade, todavia, que os países que praticam este modelo produzem muito mais do que necessitam, mas uma grande parte da sua população passa fome. Um exemplo muito badalado deste modelo é o da nossa vizinha África do Sul. Sabe-se, todavia, que neste país há milhões a passarem fome e até em alguns casos pior que nas nossas zonas rurais, disso não se fala. É aqui onde está o problema.
O sector familiar beneficiando de incentivos e com políticas que levem ao seu crescimento - acesso ao crédito, terra, água, tecnologias, serviços adequados de extensão - pode produzir muito mais, assim como, logo à partida, contribuir grandemente para a distribuição. A produção e a distribuição vêm em cadeia. Não é necessário que os produtores de alimentos sejam comerciantes especuladores de comida para dar um forte contributo ao desenvolvimento sustentável e à Soberania Alimentar dos povos. Isto é que deve ser profundamente analisado, porque erro maior, é permanecer no erro!
Acontecimentos como os da semana passada em Moçambique corroboram com a nossa perspectiva de luta: os alimentos não são uma mercadoria qualquer. É inaceitável que uma população, na sua maioria pobre, fique à mercê dos mercados mundiais para comer ou não comer, quando um País como Moçambique possui terras e recursos naturais mais que suficientes para assegurar alimentos, tanto para o campo como para as cidades.
Saudámos as medidas anunciadas pelo Governo Moçambicano no passado dia 7 de Setembro, para conter os aumentos de preços e acalmar os espíritos. No entanto, solicitamos o Governo para avançar com medidas sustentáveis a longo prazo, para que as que foram tomadas não passem de meros paliativos, sem que todo o sistema alimentar do nosso país seja revisitado. Solicitamos ainda o Governo para melhorar os mecanismos de colaboração com os camponeses e as camponesas nos planos governamentais para o futuro.
Como UNAC, nosso dever e nossa missão é de continuar a lutar para que as familias moçambicanas, das cidades e do campo, enfim, nosso País como um todo, alcance a Soberania Alimentar. Posicionamento da União Nacional de Camponeses

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Onde arranjou dinheiro? Hein..?

Vão tentar nascer aqui em Moçambique capitalistas pretos - a chamada burgesia nacional. Aqueles que tem vocaçao capitalista, agora com chegada da independência, estão a deitar a barba agora, nã é ?
(Aplausos) Ganância de fazer resuscitar o colegio Luis De Camões. Agora que foi... Que faliu o dono, vou ser eu. Como sou preto vão tolerar explorando outros pretos, heu! (Aplausos). É que no sistema capitalista o médico quando estuda é para explorar. O medico, o medico não quer fazer outra coisa que se não fazer votos para que haja muitos doentes. Havendo muitos doentes, terá muito dinheiro. Ouviram? (Ouviram) Ouviram? (Ouviram). Agora o conhecimento é um instrumento explorador no sistema capitalista.
O conhecimento do individuo - estudou um poucozinho ou licenciou-se. Bem, tem o seu diplomazito, pronto, esta pronto, esta autorizado a explorar. Faz lá...segui as...seguiu lá...Letras. É o senhor doutor, chegou aqui senhor doutor, senhor doutor, doutor de explorar. Ouviram?(Ouviram) . Nao é doutor para ensinar o povo. Doutor aonde também, com um conhecimento bastante reduzido, pequinito, fraco, débil, que necessita de outros, do apoio dos outros. Ele não produz, senão uma repitiçao daquilo que foi inculcado pelo capitalismo. É uma repitiçao. Não cria absolutamente nada. Porque está isolado do povo, está isolado da prática.
A primeira ganância, primeira ganância, criar colegios. Quem vai a esses colégios? É o povo? Quem vai la ? Quem vai lá? Quem vai lá? A escola deixa de ser a base para o povo tomar o poder. É ou não é? (É). Passa a ser um instrumento de exploraçao. É ou não é? (É). Não queremos em Moçambique. Não queremos isso em Moçambique. Nao há lugar para exploradores aqui. Preto ou branco não pode explorar o povo. O dever de cada um de nós - dar tudo ao povo. Sermos últimos quando se trata d beneficios. Primeiro quando se trata de sacrificio. Isso é que é servir o povo. Servir o povo. O nosso conhecimento deve morrer na terra. Os nossos conhecimentos devem ser examinados constantemente pelo povo. Ouviram camaradas? (Ouviram), Ouviram? (ouviram).
Alguns ja estao a organizar para comprar dez tractores. Ja exploraram a zona onde irão produzir. Nao é assim? Nao há produçao individual em Moçambique. Produçao colectiva, para colectivamente matarmos a fome, matarmos a miséria no nosso país. Ouviram? (Ouviram) Ouviram? (ouviram).
Porque estes individualistas são, ao mesmo tempo, instrumentos do imperialismo, não são eles? Onde vão encontrar o dinheiro? Vocês todos são pobres aqui. Pobres todos aqui, todos!. Daqui a três anos nós vamos ver alguns a levantar edificios de quinze andares. Onde arranjou o dinheiro? Onde arranjou o dinheiro? Hem? Nao é vocês aí! Voces aí! E nós aqui também! E nos também aqui!. Estou a dizer a vocês e nós também. Se eu levantar um predio, façam o favor de me perguntar. Ouviram? Perguntar, "entao camarada Samora aonde arranjou o dinheiro? Três anos? (Risos, aplausos). Três anos de indepedência! Camarada Samora, então onde está o povo agora? O povo também ja tem muitos predios?" Estão a ouvir? (Estao!).
Temos d combater contra os exploradores do povo, e se pudermos liquidar ainda no estado embrionário, matar o pintainho no ovo, hem?
Discurso de Samora Machel, 14 de Junho de 1975, cidade da Beira

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Medidas que Guebas não tomou

1. Acabar com as desnecessárias passeatas em helicópteros. O PR pode muito bem visitar as provincias usando outros meios (incluindo aviões comerciais da LAM) em vez de gastar avultadas somas em aluguer de helicopteros.
2. Acabar com os beneficios fiscais às grandes empresas (como a Mozal). É tempo de Guebas pensar na justiça tributária.
3. Acabar com as restrisções à importação do frango, e assim poupar o bolso do "maravilhoso povo" moçambicano. O frango nacional custa uma fortuna....Tragam-nos de volta a magricela brasileira que é barrata... Não é razoavel continuarmos a proteger uma industria avicóla nacional que já deu mostras de ineficacia em todos sentidos.
4. Acabar com as casas de cambio "piratas" que distorcem o nosso mercado cambial. Será que Guebas não sabe que muitos vendedores do mercado Central de Maputo são também "candongueiros de taco?"
5. Acabar com o ócio no sector público. O estado não pode se dar ao luxo de pagar salários a gente que não acresce valor algum. Os que pregam revolução verde no MINAG já deviam nos apresentar algo palpavel... E os pregadores do envagelho da jatropha e ou de biocombustiveis no Ministério da Energia (cadê resultados?)
6. Acabar com aqueles que mancham a sua governação, com descursos belicistas e que em nada contribuem para estabilidade social. Há que chamar à razão o ministro Pacheco para que saiba falar com "o maravilhosos povo", sobretudo em momentos de convulsoes sociais.
7. Acabar com fuga ao fisco, muitas vezes, patrocinada por aqueles que a deviam combater;
8. Acabar com exorbitantes mordomias dadas aos companheiros da escolinha da soneca;
9. Acabar com despesas em acções que não se mostrem prioritárias para o estágio actual, como a famigerada revisão constitucional. Será que o PR já pensou nos custos desta operação?
9. Acabar com a robalheira dos governos municipais. Chega de cobrar taxas por serviços que não nos são providos. (Porquê cobrar taxa de lixo a moradores de Nkobe que nunca beneficiaram de serviços autarquicos de recolha de lixo?)
10. Acabar, acabar e acabar.....

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Why should churches engage to promote accountable governance?

I am convinced that the genuine participation of churches in accountable local governance is an investment in the democratic ideal. We ought to engage local government because it is our moral and constitutional obligation to do so and also because we enhance the culture of democracy born through the first democratic election of 1994. Furthermore, we are required to work together to protect the public space with the endowment of democratic participation. Churches are an immense resource, have a distinctive critical and constructive role to play in the civil discourse and their absence will leave the discourse poor and unsustainable – I would argue that society is impoverished when religious perspectives of life is excluded and marginalised. There is a great African proverb which says. “If you want to walk fast, walk alone but if you want to walk far, walk with others” hence I call for much closer cooperation and interaction with all those involved in a vision for a new society. Citizens of faith have a prior moral and legal responsibility for accountable governance – governance that protects and cares for the vulnerable, the poor, the excluded and the marginalized. The Book of Proverbs (31:8-9) puts it plainly: “Speak out for those who cannot speak, for the rights of all the destitute. Defend the rights of the poor and needy.” Such is our calling – no more – no less. Let us remember that the greatest gift that we can bestow upon this and the future generations is to wrestle together with the challenges of our time to build a more human and prosperoussociety
Palavra do Bispo da Igreja Metodista da RSA,
Ivan Abrahams

Coisas do Mundial

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terça-feira, 18 de maio de 2010

Fidelidade

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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Brincando aos Honoris-Causa

Anda uma febre em Moçambique, que se traduz na distrubuição de Doutoramentos Honoris Causa. Os titulos são dados a qualquer um, não importa que tipo de camponês a pessoa é. Não importa se bom ou mau camponês. Não importa se verdadeiro ou falso camponês. O que interessa, mesmo, é distribuir honoris.
Só neste ano, foram sorteadas muitas pessoas, com os tais canudos. Canudos tão vazios que mais e apenas servem para ridicularizar quem os distribui e assim como a quem os aceita receber. Canudos que apenas tem o fito de vulgarizar, desprestigiar e anular o real valor de um Doutoramento Honoris Causa.
Vi na TVM que um Instituto Superior baseado na Beira, ainda na idade de tomar NAN, LACTOGEN ou Calostro materno, acabava de outorgar um título de Doutor Honoris Causa a um Moçambicano que não fixei o nome. O tal Instituto Superior dada a sua tenra idade, ainda não graduou sequer um bacharel mas já tem coragem de dar passos bem largos que os seus proprios pés. O tal Instituto a correr sei lá para onde, decidiu na mesma cerimónia que dava o honoris ao meu compatriota, graduar uns doze licenciados vindos de outras universidades mas que por razões não reveladas foram concluir os seus cursos no famigerada casa da ciência.
Me parece que já chegou o tempo de começarmos a ser sérios nestas coisas, se queremos crescer como nação, se queremos ser reconhecidos e respeitados pelos outros, se queremos que as nossas instituições do ensino superior se equiparem às de outros paises.
E desde já, dou os meus parabens aos general Chipande que gazetou ao evento. Aliás, ele também tem um diploma a sua espera no Instituto Superior que leva o seu nome, lá nas bandas do Chiveve. Eu no lugar dela, não-o acitava.
Ish Moçambique anima.....

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Andar fora é maningue arriscado

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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Akuna mathatha

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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Bárue: da resistencia a perdição

Estive por cerca de 5 dias na vila de Catandica, sede do distrito de Bárue, na ultima semana de Março. Bárue é daqueles locais incontornaveis na Historia de Moçambique, sobretudo por ser um dos sitio onde os colonos transpiraram até a exaustão. Aliás, quando lá estive, concidi com as comemorações de mais um aniversário da revolta de Bárue.
Fiquei deveras feliz por ter tido a oportunidade de privar com profundos conhecedores da historia local. Entristeceu-me, no entanto, a fraca divulgação das festividade de Bárue. Difentemente das manchetes noticiosas relativas a Gwaza Muthine, quando viramos para Bárue pouco ou nada se diz na maioria dos órgãos da comunicação social.
Mas como por cima de um lindo pano cai a péssima nódoa, conheci em Bárue um régulo perdido no tempo. Um régulo que ainda não percebeu que estamos em 2010. Contam as populações de Bárue que o régulo é um osso dificil de roer, tudo por causa das suas atitudes imprevisiveis. Contaram-me que aquele régulo está envolvido numa campanha espacionista. É isso, campanha espacionista, tal como faziam os Tchakas, Ngungunhanas, etc. O homem acredita que todo o território do que hoje é distrito de Bárue, fora dos seus antepassados e por isso, só ele pode mandar em todo ele. E em extensão, não tolera a existência de outros régulos.
Quando encontrei o temido régulo, ele ia acompanhado de dois capangas seus, que ele os chama de guarda-costas. Dizem os que melhor o conhecem, que quando o homem circula fora da vila, os capangas levam consigo machados e catanas para, supostamente, protegerem o régulo selvagem.
O temido régulo de Bárue, pratica as mais bizaras acções, desde prisões arbitrarias às populações indefesas, até ao desrespeito às autoridades Estatais. Dizem que, chegou a prender um clérigo que o encontrou a orar junto a uma montanha. Segundo contam, o régulo não gostou de encontrar o clérigo a orar naquela montanha sem antes ter solicitado autorização para o efeito e por isso o pastor foi sujeito a 3 dias de jejum forçado e obrigado a abrir, sem nenhum instrumento, uma cova de cerca de 5 metros de profundidade.
O temido régulo de Bárue, manda e desmanda e ultimamente decretou que, as comunidades por onde ele passar devem lhe assegurar mantimento, desde carne de galinha até a de cabrito. Afinal ele é o régulo.
O régulo de Barue é regulo mesmo...

quinta-feira, 4 de março de 2010

ISRAELI APARTHEID WEEK

Mais uma vez, o mundo pára, esta semana, para reflectir e protestar contra a ocupação ilegal dos territorios palestinianos pelo governo segregacionista do Israel.
Desde 2005, que o mundo dedica uma semana para exigir o fim da ocupação Israelita aos territorios palestinianos, o direito de muitos Arabes Palestinianos a retornarem as suas terras em Israel, ao fim da desigualidade de tratamento entre Israelitas(Arabes e Judeus) e finalmente, a destruição do murro da vergonha erguido pelo regime instalado na terra santa.
Este ano, mais de 40 cidades e dezenas de universidades do mundo inteiro, comemoram a Israel Aparetheid Week com uma série de palestras, sessões de exibição de filmes e outras acções de repudio à barbaridade Israelita.
Não tendo informação de alguma iniciativa a decorrer em Maputo, uso este espaço para me juntar aos milhares de activistas pela paz, pelos direitos humanos e pela causa palestiniana para condenar e repudiar as acções macabras, desumanas e sanguinarias do governo Israelita.
Pela paz, direitos humanos e solidariedade, juntemo-nos na luta contra o Apartheid Israelita.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Adieu Tandja

Augusto Paulino esteve certo quando disse que "o cajú cai por si logo que fica maduro". No Niger, o cajú caiu ontem. A junta militar não se poupou, colocou na rua um dos homens que usando malabarismos político-legais tentava se manter a todo custo no poder. É que, só um psicopata brinca com chifres de um boi vivo. Tandja tentava fazer isso, se esquecendo que as pessoas toleram até um determinado ponto e a partir dai a cor muda.
Tandja e muitos presidentes Africanos, incluindo o Angolano, sempre se consideraram Democratas mas em nenhum momento governaram democraticamente. Usam a capa da Democracia para serem bem vistos fora, e assim esconder a seu lado maquiavelico e brutal quanto à governação do seu povo.
Alguns lideres Africanos dizem, sim à Democracia, sim à limitação de mandatos e ainda de uma forma hipócrita, dizem sim à boa governação ou seja, sim à responsabilidade, sim à transparência, sim à prestação de contas, sim à participação ou governação inclusiva. Mas o sim deles não passa de um "sim cínico".
Infelismente muitos lideres africanos continuam a dar um mau exemplo a milhares de jovens que têm em déspotas os seus modelos. Aliás, um program da BBC, president for a day, mostra isso, é só acompanhar aqui. No programa da BBC, quase todos jovens que nele participam, revelam a sua paixão pela ditadura e monarquias despotas.
Se em principio sou contra golpes de Estado, considero que em certas situações elas ajudam a meter no caixote de lixo, alguns tigres insanciáveis que loucamente nos querem fazer acreditar que só eles é que têm o direito e o dever Divino de governar certos países.
Da mesma forma que não me surpreendi com o golpe na Guiné Conacri, também festejei o Golpe no Niger e não me surpreenderia se qualquer dia, paises como Sudão, Madagascar e tantos outros tivessem o mesmo presente.

A mim, só resta dizer: longa vida a Junta Militar e Adieu Tandjá.

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Pierluigi Collina na Luz

Para quem acompanhou o futebol mundial nos últimos 10 anos, certamente conhece este cidadão do mundo. Pierluigi Collina é um exemplo de integridade e honestidade futebolistica. Ele é um modelo daquilo que o futebol devia ser. É, sem duvida, uma fonte de inspiração, daqueles que tem na arbitragem a sua profissão.
Foi bonito, rever este homem do apito, ontem. Collina mostrou a todos que estiveram no Estadio da Luz que continua igual a si mesmo, integro e apaixonado pelo futebol e em especial pelo apito.
Foi maravilhos rever lendas do futebol mundial como Zinedine Zidane, Luis Figo, Humberto Coelho. Foi interessante ver e partilhar com as estrelas do futebol mundial, a dor do povo haitiano. Na verdade, aproveitei para matar as saudades que tinha do apito do grande Collina. Bem haja a RTP por nos ter trazido aquele grande jogo.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Armandinho grama de piri piri

Foi interessante ver as duas reportagens que a STV e a TVM passaram ontem, no âmbito do aniversário do Chefe do Estado Moçambicano.
Quatro coisas me marcaram naquelas repostagens. A primeira tem a ver com o amor que ele tem com as suas raizes africanas. Sim, paixão pelas suas raizes, facto que pode ser visto nos nomes dos seus filhos, Mussumbuluco e Ndambi. Gostei dos nomes, pena e muita pena que tanto Arsénio Herinques, nem o Francisco Junior perguntaram ao aniversariante, da mensagem que queria transmitir ao escolher aqueles nomes para os filhos. É que, cá entre nós, os nomes carregam sempre uma mensagem e tal mensagem não se acha numa tradução directa do tipo, Mussumbuluco= começo, inicio e Ndambi=cheias. Não é bem assim.
Gostei de saber que o PR conviveu embora por alguns momentos com o temido Chico o Feio, o tal que era reconhecido pela suas habilidades de bater sem se cançar. Guebuza mesmo sabendo que o Chico era um sovador nato não vassilou, enfrentou-o para valer. Que corragem, hein!
Não menos importante, foi a estória da cobra. Guebas tem fobia, mas aqui estou com ele. Aquele bicho não brinca, só Machel mesmo, para esperar que o bicho saisse e não eles.
Agora, onde não aguentei, foi na profunda amizade que tem com piri piri. O homem não come sem piri piri. Ele grama de piri piri e os seus mais proximos dizem que não pensava duas vezes em meter o produto nos seus bolsos. Isso é que é gostar mesmo.
Na verdade, ao longo das reportagens cheguei a pensar em presentea-lo, proximo ano, com algum piri piri mas desiti, porque alguem acaba de me dizer que aquele produto faz mal a saúde e só posso lhe desejar muitos e longos anos de vida e com pouco piri piri, claro.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Espiritos impiedosos de Mavoco

Há um ditado popular que diz: "filho do peixe sabe nadar". Eu diria, filho de camponês sabe trabalhar a terra. Aliás, esse é um dos maiores legados que recebi da minha mãe.
Quem cresceu a trabalhar a terra para ter o seu sustento, para ter a sua nyangana, cacana e maçaroca, custa-lhe ter que comprar esses produtos.
A cada vez que vejo alguem a investir uns meticais na compra da cacana da dona Mimi, que cresce na parede da sua casa de banho, perco o ar de tanta dor no peito. E para que nunca mais, a minha família voltasse a consumir cacana produzida na parade do WC da dona Mimi, decidi nos finais do ano passado, voltar a fazer o que sempre fiz, trabalhar a terra.
Adquiri uma mata em Mavoco, mandei desbravar, investi no homem da charrua que prontamente lançou-se ao trabalho, afinal receberia uns preciosos 3500 meticais no fim da jornada. Com a terra quase pronta a receber a semente, o bolso do homem da charrua quase a receber o cash, eis que o régulo decide mandar paralisar os trabalhos, como que a dizer l`etat c`est moi.
Para o régulo, há que parar com os trabalhos, em todas as machambas que estão na zona de Mavoco, porque os espiritos andam lixados connosco e por isso não largam uma única gota de chuva cair por mais de três meses.
Há que parar com o trabalho à terra, porque quando cultivamos uma terra quente mais furiosos deixamos os antepassados e estes se vingam lançando sobre Mavoco toda a sua raiva e quando isso acontecer, não teremos chuva por todo o ano.
Para o meu respeitavel régulo, a chuva tem um regulador invisivel que a solta ou a prende quando bem entende. A chuva não é da natureza, não. A chuva pertence aos espiritos e nós ou os obecemos e temos a chuva ou os desrespeitamos e eles se vingam.
Cá para mim, os espiritos de Mavoco são injustos na sua vingança pois eu nada fiz para receber tanta fúria deles. Eu paguei pela mata, entreguei o vinho, as duas galinhas, a farinha e eles (os espiritos) delagaram, antes de eu lá chegar, ao régulo a comer em nome deles. Se eu cumpri todo ritual, porquê é que não me deixam trabalhar? Porquê é que não soltam a chuva? Me querem ver a comer a cacana do WC da dona Mimi?