sexta-feira, 30 de maio de 2008

Maldosos, chantagistas e criminosos na internet!!!!

Acabo de ler um post extremamente interessante no blog da Ximbitane com o título Passe e repasse, nele, ela retrata situações deploráveis quanto a forma como usamos os emails. É no mesmo espirito que decidi publicar um email maldoso que me foi enviado por um criminoso e que o achei na minha caixa de entradas hoje. Infelismente, o mesmo está em Inglês mas acredito que seremos capazes de decifrá-lo.
Leiam-no e por favor, sugiram o que devo fazer.
FROM THE DESK OF
PHILIP MARK
BILL AND EXCHANGE MANAGER,
BANK OF AFRICAN (BOA)
OUAGADOUGOU, BURKINA FASO. Dear Friend, How are you, first i will explain my self little to you before we continue. I am the manager of bill and exchange at the foreign remittance department of BANK OF AFRICAN (BOA)I am writing to seek your interest over a transaction. In my department we discovered an abandoned sum of $15m US dollars (FIFTEEN MILLION US DOLLARS) . In an account that belongs to one of our foreign customer who died along with his entire family in November 2003 in a plane crash. Since we got information about his death, we have been expecting his next of kin to come over and claim his money because we cannot release it unless somebody applies for it as next of kin or relation to the deceased as indicated in our banking guidelines but unfortunately we learnt that all his supposed next of kin or relation died alongside with him at the plane crash leaving nobody behind for the claim. It is therefore upon this discovery that I and other officials in my department now decided to make this business proposal to you and release the money to you as the next of kin or relation to the deceased for safety and subsequent disbursement since nobody is coming for it and we don't want this money to go into the Bank treasury as unclaimed Bill. The Banking law and guideline here stipulates that if such money remained unclaimed after six years, the money will be transferred into the Bank treasury as unclaimed fund. The request of foreigner as next of kin in this business is occasioned by the fact that the customer was a foreigner and a Burkinabe cannot stand as next of kin to a foreigner. We agree that 30 % of this money will be for you as foreign partner, in respect to the provision of a foreign account, 10 % will be set aside for expenses incurred during the business and 60 % would be for me and my colleagues. There after I and my colleagues will visit your country for disbursement according to the percentages indicated. Therefore to enable the immediate transfer of this fund to you as arranged, you must apply first to the bank as relations or next of kin of the deceased indicating your bank name, your bank account number, your private telephone and fax number for easy and effective communication and location where in the money will be remitted. Upon receipt of your reply, I will send to you by fax or email the text of the application. I will not fail to bring to your notice that this transaction is hitch free and that you should not entertain any atom of fear as all required arrangements have been made for the transfer . You should contact me immediately as soon as you receive this letter. Trusting to hear from you immediately. Your's faithfully,
PHILIP MARK
Bill and Exchange Manager,
BANK OF AFRICAN (BOA)

terça-feira, 27 de maio de 2008

Estou a pedir mil....

Estou a pedir mil para comprar pão! Estou a pedir mil para aumentar no que tenho e apanhar chapa! Estou a pedir mil porque fiquei sem dinheiro, acabo de ter alta no HCM onde estava internado! Estou a pedir mil para....bla bla bla bla!!!!!!
Não interessa para que fim, o que interessa é o meu pedido: Estou a pedir mil.
Duvido que passará por aqui alguém (entre os residentes de Maputo) que nunca foi confrontado com um pedido desta natureza. Pessoalmente, tenho tido a má sorte de receber, quase diariamente, peditórios destes e nos últimos dias, eventualmente, como resultado do aumento do custo de vida, tenho cruzado com gente mais ousada que pede até 5 paus. Peço 5 paus mano! Mwananga ndzi kombela 5 conto ya ku xava pawa!
Infelismente as várias crises que o país atravessou contribuiram para o aumento da pobreza urbana. Muita gente que entre nós vive, não tem o mínimo para subsistir, sobretudo as pessoas da terceira idade e os portadores de deficiência.
Em Maputo encontramos em todas esquinas gente que apenas depende de pessoas de boa vontade para consiguir o seu pão de cada dia. A situação deste compatriotas é piorada ainda, pela falta de políticas socias apropriadas para lidar com este tipo de situações.
Mas se há gente que pede por ser incapaz de produzir devido a sua idade ou estado físico, é também verdade que há outra que "pede por pedir". Este último grupo é composto por gente saúdavel e com idades que permitem a labuta mas que se dedicam a mendigagem por razões que bem gostaria de as conhecer.
Ronil, Belita, saída do Hospital Central são locais onde muitos desses pedintes (preguiçosos) se concentram. Na Ronil encontro sempre uma senhora dos seu 40 e tal anos a pedir a todos que por ai passam. No primeiro dia, que a encontrei, respondi positivamente ao seu pedido mas fiquei espantado e indignado quando a encontrei na mesma esquina nos dias subsequentes.
Na saída do Hospital Central também anda um senhor que finge estar a sair do Hospital e que precisa de "alguma ajudinha" para apanhar o TPM. É um autentico burlador, o homem se aproveita do nosso espirito solidário para encher a sua carteira.
Custa-me aceitar que uma pessoa normal se tranforme em mendigo só para ganhar dinheiro fácil. Alguem sabe dizer qual deve ser a nossa atitude perante estes pseudo mendigos?

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Participe e torne-se um edificador da paz (peace builder)

Como deveis saber, eu trabalho na JustaPaz-Centro de Estudo e Transformação de Conflitos. E porque a blogsfera deu-me muitos amigos, acho de bom tom dar vos a conhecer, em primeira mão, os cursos que vamos oferecer no âmbito do IEPA 2008. O IEPA, é um dos 5 programas que a JustaPaz tem escrito no seu plano estratégico (2006-2010) com vista a realiazação da sua missão que consiste em: contribuir na promoção de abordangens construtivas e cooperativas de transformação de conflitos e redução da violência.

ANÚNCIO A JustaPaz-Centro de Estudo e Transformação de Conflitos , anuncia que estão abertas as inscrições para os cursos do Instituto de Edificação da Paz para os PALOPs (IEPA) - 2008. O IEPA oferece anualmente cursos especializados e de curta duração, ligados a área de Transformação de Conflitos na língua portuguesa. Cursos para 2008 1.Introdução a Transformação de Conflitos (14-18 de Julho de 2008). 2.Desenvolvimento e Edificação da Paz (14-18 de Julho de 2008). 3.Conflitos Intra Organizacionais: Natureza e sua Transformação (21-25 de Julho de 2008). 4.Género, HIV/SIDA e Conflitos (21-25 de Julho de 2008). Participantes O IEPA é aberto a todos aqueles que queiram desenvolver habilidades de análise, mediação e negociação de disputas, Implementadores de programas de desenvolvimento comunitário, Promotores da igualdade do género, gestores de Recursos Humanos e outros. Condições Oferecidas: 1. Leccionamento dos cursos por Facilitadores especializados na área, 2. Alojamento para participantes que vem de fora de Maputo/Moçambique, 3. Alimentação, 4. Material Didáctico, 5. Certificado de Participação. Para mais informações, Contacte-nos através do email:

justapaz@tvcabo.co.mz ou do Telefax: 21 724245 Valor de Inscrição: 2. 500, 00 MT/Curso Vagas Limitadas

quinta-feira, 22 de maio de 2008

My friend, dont do this!!!!

Quem assistiu o Telejornal de ontem da TVM, certamente irá se recordar desta expressão: My friend, dont do this.
My friend, dont do this, foi a frase que o nosso compatriota e jornalista da Televisão de Moçambique, Francisco Junior usou quando tentava, sem sucesso, persuadir uma patrulha da Polícia Sul Africana que prendia a ele e ao seu colega.
Júnior e o seu camara man estavam nas ruas a fazer o seu trabalho e por alguma razão não levavam consigo os passaportes. Contudo, eles quando foram abordados pela polícia apresentaram imediatamente os seus crachás que os identificava como jornalistas, para além de que o material que levavam (camara de filmar, gravadora, bloco de notas etc) retirava dúvidas a qualquer um sobre o que os dois estariam fazendo naquele local.
My friend, dont do this.
My friend, porque os Sul Africanos são nossos amigos e irmãos. Nos momentos deficies do apartheid nós os acolhemos e os ajudamos na luta. Nós trabalhamos com eles e os ajudamos a construir um Estado de igualidade racial onde todos os homens são iguais perante a lei.
Fizemos muito por Sul Africanos porque, como dizia Francisco Junior eles são nossos friends. O que custa-me entender é como que um amigo de longa data faz o que está fazendo hoje. Um amigo de longa data que hoje persegue, rouba, assassina e descrimina os moçambicanos.
My friend, dont do this!
Mesmo assim, com a dor que sentimos, nós continuamos a trata-los humanamente e aceitamo-los como amigos e é por isso que numa voz amigavel e de perdão e tolerância dizemos a cada cidadão Sul Africano: My Friend, Dont Do This!!!

terça-feira, 20 de maio de 2008

Xenofobia e o discurso de Piter Botha que os Sul Africanos não deviam ter esquecido!!!

Perante a onda de perseguições, roubo e assassinatos a compatriotas nossos e não só na vizinha Africa do Sul fui forçado a revisitar a história e nela fui achar um discurso chocante do Piter Botha (Ex-Presidente Sul Africano durante o apartheid), quando se diria aos membros do seu Governo e posteriormente publicado na edição de 18 de Abril de 1985 do jornal Sunday Times pelo Jornalista David Mailu.
o texto está em Inglês, bem gostaria de o ter traduzido mas o tempo não permitiu.

Eis o discurso de BOTHA:

Pretoria has been made by the White mind for the White man. We are not obliged even the least to try to prove to anybody and to the Blacks that we are superior people. We have demonstrated that to the Blacks in a thousand and one ways. The Republic of South Africa that we know of today has not been created by wishful thinking.

We have created it at the expense of intelligence, sweat and blood. Were they Afrikaners who tried to eliminate the Australian Aborigines? Are they Afrikaners who discriminate against Blacks and call them Niggers in the States? Were they Afrikaners who started the slave trade? Where is the Black man appreciated? England discriminates against its Black and their "Sus"law is out to discipline the Blacks. Canada, France, Russia, and Japan all play their discrimination too. Why in the hell then is so much noise made about us? Why are they biased against us?

I am simply trying to prove to you all that there is nothing unusual we are doing that the so called civilized worlds are not doing. We are simply an honest people who have come out aloud with a clear philosophy of how we want to live our own White life. We do not pretend like other Whites that we like Blacks. The fact that, Blacks look like human being, act like human beings do not necessarily make them sensible human beings.

Hedgehogs are not porcupinesand lizards are not crocodiles simply because they look alike. If God wanted us to be equal to the Blacks, he would have created us all of a uniform colour and intellect. But he created us differently: Whites, Blacks, Yellow, Rulers and the ruled.

Intellectually, we are superior to the Blacks; that has been proven beyond any reasonable doubt over the years.

I believe that the Afrikaner is an honest, God fearing person, who has demonstrated practically the right way of being. Nevertheless, it is comforting to know that behind the scenes, Europe, America, Canada,Australia-and all others are behind us in spite of what they say. For diplomatic relations, we all know what language should be used and where. To prove my point, Comrades, does anyone of you know a White country without an investment or interest in SouthAfrica? Who buys our gold? Who buys our diamonds? Who trades with us? Who is helping us develop our nuclear weapon? The very truth is that we are their people and they are our people. It's a big secret.The strength of our economy is backed by America,Britain, Germany.

It is our strong conviction,therefore, that the Black is the raw material for the White man. So Brothers and Sisters, let us join hands together to fight against this Black devil. I appeal to all Afrikaners to come out with any creative meansof fighting this war. Surely God cannot forsake his own people whom we are.

By now every one of us has seen it practically that the Blacks cannot rule themselves. Give them guns and they will kill each other. They are good in nothing else but making noise, dancing, marrying many wives and indulging in sex. Letus all accept that the Black man is the symbol of poverty, mental inferiority, laziness and emotional incompetence. Isn't it plausible?

therefore that theWhite man is created to rule the Black man? Come to think of what would happen one day if you woke up and on the throne sat a Kaff*ir! Can you imagine what would happen to our women? Does anyone of you believe that the Blacks can rule this country? Hence, we have good reasons to let them all-the Mandelas-rot in prison, and I think we should becomm ended for having kept them alive in spite of what we have at hand with which to finish them off.

I wish to announce a number of new strategies that should beput to use to destroy this Black bug. We should now make use of the chemical weapon. Priority number one,we should not by all means allow any more increases of the Black population lest we be choked very soon.

I have exciting news that our scientists have come withan efficient stuff. I am sending out more researchers to the field to identify as many venues as possible where the chemical weapons could be employed to combat any further population increases. The hospital is avery strategic opening, for example and should be fully utilized. The food supply channel should be used. We have developed excellent slow killing poisons and fertility destroyers. Our only fear is in case such stuff came in! ! to their hands as they are bound to start using it against us if you care to think of the many Blacks working for us in our homes. However, we are doing the best we can to make sure that the stuff remains strictly in our hands.

Secondly, most Blacks are vulnerable to money inducements. I have set aside a special fund to exploit this venue. The old trick of divide and rule is still very valid today. Our experts should work day and night to set the Black man against his fellowman.His inferior sense of morals can be exploited beautifully. And here is a creature that lacksforesight. There is a need for us to combat him inlong term projections that he cannot suspect. The average Black does not plan his life beyond a year: that stance, for example, should be exploited. My special department is already working round the clock to come out with a long-term operation blue print.

I am also sending a special request to all Afrikaner mothers to double their birth rate. It may benecessary too to set up a population boom industry by putting up centres where we employ and support fully White young men and women to produce children for the nation. We are also investigating the merit of uterusrentals as a possible means of speeding up the growth of our population through surrogate mothers.

For the time being, we should also engage a highergear to make sure that Black men are separated from their women and fines imposed upon married wives whobear illegitimate children.I have a committee working on finding better methods of inciting Blacks against each other and encouragingmurders among themselves. Murder cases among Blacksshould bear very little punishment in order toencourage them.

My scientists have come up with a drug that could besmuggled into their brews to effect slow poisoningresults and fertility destruction. Working throughdrinks and manufacturing of soft drinks geared to theBlacks, could promote the channels of reducing theirpopulation. Ours is not a war that we can use theatomic bomb to destroy the Blacks, so we must use ourintelligence to effect this. The person-to-personencounter can be very effective.

As the records show that the Black man is dying to go to bed with the White woman, here is our unique opportunity. Our Sex Mercenary Squad should go out and camouflage with Apartheid Fighters while doing their operations quietly administering slow killing poison and fertility destroyers to those Blacks they thus be friend. We are modifying the Sex Mercenary Squad by introducing White men who should go for the militant Black woman and any other vulnerable Black woman. We have received a new supply of prostitutes from Europe and America who are desperate and too keen to take up the appointments.

My latest appeal is that the maternity hospital operations should be intensified. We are not paying those people to help bring Black babies to this worldbut to eliminate them on the very delivery moment. If this department worked very efficiently, a great deal could be achieved. My Government has set aside a special fund forerecting more covert hospitals and clinics to promotethis programme. Money can do anything for you. Sowhile we have it, we should make the best use of it.

In the meantime my beloved White citizens, do not take to heart what the world says, and don't be ashamedof being called racists. I do not mind being called the architect and King of Apartheid. I shall not become a monkey simply because someone has called me a monkey. I will still remain your bright star…

HisExcellency Botha.

Paragem cobrador!!!

Certamente que muitos de nós já ouvimos esta picante frase ou já usamo-la. Paragem cobrador! Cobrador é aquele jovem que anda nos chapas (transportes semi-colectivos de passageiros) que é responsável pela recolha dos meticais aos passageiros. Eu tenho visto (sempre) o trabalho dos cobradores, afinal ando de chapa! Os cobradores têm alguns traços que os identificam, dentre esses traços eu destaco:
  1. cordas vocais bem resistentes para chamar os passageiros e depois ensulta-los arrogantemente depois que estarem no seu ten years;
  2. falta de respeito pelos passageiros (ex: a senhora é muito gorda vai ter que pagar 15 meticais);
  3. higiene pessoal deficitária (quem nunca ficou asfixiado com o cheiro de sovacos de um cobrador) e
  4. (continuem a lista)

Na verdade o que me espanta e irrita nos cobradores é a maldade com que tratam os passageiros que, são a fonte do dinheiro que conseguem. Eles são tão mansos quando o assunto é conquistar o passageiro a apanhar o seu chapa mas tão rudes e maldosos logo a seguir.

Este post surge a propósito de uma situação triste que presenciei esta manhã. Eu estava num chapa em direcção a cidade da Matola e o mesmo tinha quase todos assentos preenchidos. A excepção daqueles em que o passageiro é obrigado a se levantar, vezes sem conta, para ceder lugar a quem pretende descer. Chegados a paragem da Versalhes encontramos uma senhora grávida (talvez nos últimos dias de gravidez, considerando a sua aparência) que perante a insistência do cobrador ela acabou entrando, sob a promessa de garantir um toque na entrada do Hospital Geral José Macamo.

Para o espanto da senhora e de todos que estavam no chapa, o cobrador não aceitou deixar a senhora (gravida e já cansada) no portão do Hospital alegando não ser paragem. Mesmo gritando mil e uma vezes : paragem cobrador! paragem cobrador! paragem cobrador! A senhora teve que ir descer na Ex Brigada Montada e depois trepar aquela "montanha" até ao Hospital.

Sei que não há nenhuma paragem na entrada daquele Hospital (para viaturas que saiem da cidade de Maputo) e que qualquer chapeiro que ali parar e ser encontrado pela polícia pode ser penalizado. Mas duvido que a polícia penalizaria aquele chapa por deixar descer uma futura mãe em estado bem avançado de gravidez. Afinal, teria transgredido as normas por uma justa causa.

Até quando teremos que dizer paragem cobrador em vão? Quem virá mandar parar o cobrador e chama-lo a razão e ao respeito pelos nossos direitos como passageiros e sobretudo os da mulher gravida, do idosos e do doente?

Talvez se gritassemos todos em uníssono. Paragem cobrador!!!!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Não fale a língua do cão!!!

As ideias contidas no texto com o título "Não fale a lingua do cão", estão sendo debatidas em: www.globalvoicesonline.org/2008/05/16/mozambique-in-defense-of-native-languages/#comments Obrigado a Paulissima por ter levado o texto ao Global Voice

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Não fale a língua do cão!!!

Por várias vezes tenho ouvido gente a pronunciar esta frase, uns a preto e branco e outros de uma forma cobarde e desfarsada. Não fale a língua do cão!
A ideia que se pretende passar é que se deve evitar falar línguas diferentes da oficial, neste caso o Português, que veio da Europa de barco. Cadê o Made In Mozambique? Esta, de Made in Mozambique, é outra palhaçada, um dia desses me explico.
Voltando a ideia da língua do cão. Alguns moçambicanos, sobretudo os que tiveram acesso a educação formal, lutam a todo custo para que os seus filhos se comuniquem apenas em Português e nada de Xangana, Xitswa (a minha língua materna), Ndau, Nhugwe, Macua, Chuabo, etc. Todas estas línguas são tidas como de cão. A criança ao aprender a falar as nossas línguas nacionais, está a prender a usar a língua do quadrúpede, o que é indesejável para eles.
Ontém, um amigo que sempre o respeitei desde os tempos de escola, deixou-me triste quando mostrou-se surpreso ao ouvir o meu primogénito de apenas 15 meses de idade, a pronunciar a palavra mati (que significa água). O meu amigo não gostou nada de ouvir o Júnior a se comunicar na língua materna do pai e da mãe ( em Xangana também usa-se mati para se referir a água).
Perante o meu espanto o meu "dr" levantou um meio mundo de teorias esfarapadas, tudo para defender a sua tese. De todas, a menos esfarapada é a que defende que, a criança fala mais rápido quando vive em um meio onde apenas se usa uma única língua pois isso facilita a assimilação. Esta até me pareceu ter alguma substancia. Tem lógica, não acham? Mas o resto das teorias despreziveis as nossas línguas me parecem intoleráveis.
Considero as línguas nacionais, nosso património que merece a perservação de todos e a forma de o fazermos é transmitindo-as (línguas) aos nossos filhos. Não consigo engolir a ideia de masturbação psicológica através uso de expressões como língua do cão. Me parece ser falta de auto-estima e de amor próprio e de violação de Direitos Humanos, negar o direito ao mais novos de usar as nossas línguas nacionais.
Estou errado? Bom fim de semana a todos!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Reassentamentos, régulos e o doce poder.

De a alguns anos para cá a palavra reassentamento tornou-se mais presente em noticiários nacionais, em conversas de esquina e mesmo em blogs. Tudo porque fenómenos naturais e interesses pelo desenvolvimento nacional têem obrigado que as autoridades nacionais procurem sempre tirar comunidades de certas zonas para outras.

Tivemos reassentamentos após as cheias de 2000. Como surgiu o bairro de Matendene? Tivemos reassentamentos com a construção da "auto-estrada". Resultando nos bairros Magoanine CMC, Machava CMC ou Khobe (lá onde eu vivo).

No centro do País tivemos vários reassentamentos, no norte e no sul do país também. Em Massingir temos ainda em curso. Este, se traduz na retirada de pessoas que viviam em zonas hoje pertecentes ao parque transfronteiriço do Limpopo para espaços não abrangidos pelo projecto do parque. Independentemente das causas do reassentamento, este processo é deficil. Deficil porque os órgãos governamentais não têem tido em conta aspectos culturais e de poder.

Na região centro do país um regulado foi obrigado a se mudar para outra zona em consequência das últimas cheias. O processo parecia pacífico para os "reassentadores" mas esqueceram-se de ponderar questões de poder tradicional. É que o régulo cuja a comunidade foi deslocada reclama poderes sobre o seu povo mas este (regulo) não pode exerce-lo porque foi reassentado num território pertecente a um outro régulo e que não está disponivel a partilhar o poder com o recém chegado, afinal o poder não se reparte. Na verdade, um régulo só o é quando nao só tiver população, como deve ter terriório, e o nosso "reivindicador" não tem o segundo elemento. Mas se perdeu espaço, não perdeu a população que o legitima como régulo, pelo que junto do seu povo ainda o é. Aliás, tendo população que o legitima, já é meio caminho andado rumo ao poder. Perante este conflito, qual a terapia a aplicar? Aos ilustres juristas e outros entendidos na área legal que por cá passam, gostaria de vos lançar esta batata bem quentinha? Quid juris?

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Enfermeiro violador e penumbras!

A STV fez-nos saber que no Centro de Saude do Porto, na baixa da cidade de Maputo, um enfermeiro tentou violar quatro pacientes que foram àquela unidade sanitária com intuito de encontrar assistência para as suas efermidades. Segundo relataram a vitimas, o enfermeiro em vez de perguntar o que sentiam, ele começou a palpa-las desde os seios até aos órgãos genitais.
Alegam ainda que o enfermeiro obrigou-as a tirar todas a sua roupa e introduziu dedos em órgãos genitais das pacientes.
Se é que, o que as senhoras relataram aconteceu mesmo, estamos mal e mal de verdade. Estamos mal, porque poderermos ter medo de deixar nossas irmãs, esposas, primas etc, irem ao hospital para não cruzar com o enfermeiro violador na triagem. Mais ainda, estamos mal porque, poderemos temer que as nossas irmãs sejam tão tolerantes a ponto de deixar que o enfermeiro violador introduza dedos em seus órgão genitais e elas impavidas a espera de reagir quando lhes forem feitas aquelas perguntinhas mesquinhas e chatas: "Estas a gostar? Nas estas a ficar excitada?". Estamos mal!
Pelo que pude ver das imagens da STV, as senhoras estavam mesmo doentes mas não inconscientes pelo que custa-me aceitar que elas tenham deixado o enfermeiro abusá-las daquela maneira. Elas obedeceram, religiosamente, ao enfermeiro. Aceitaram tirar as suas blusas, seguiu os soutiens, depois as saias/calças e até as calcinhas.
Que estória penumbrada. E eu acho que estamos mal e mal mesmo!!!!!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Todos podem alcançar o cume da montanha, mas cada qual à sua maneira!!!

Esta manhã ia conversando com uma colega do serviço pelo messenger e notei que levava uma mensagem de apresentação extremamente curiosa. A frase era mais ou menos a seguinte todos podem alcançar o cume da montanha mas cada qual à sua maneira. Esta frase me fez pensar em muitas coisas, desde a crise alimentar mundial, as assimetrias regionais, o desenvolvimento e subdesenvolvimento, as políticas neo-liberias do FMI e do BM, a nossa industria de caju e tantas outras coisas, incluindo claro, as promessas do Ministro da Agricultura no programa Café da Manhã da RM, hoje as seis e meia.
Primeiro achei a frase, extremamente optimista e comodista, mas depois percebi que a mesma podia significar mais do que conseguimos dela extrair à primeira vista.
Pensei nos apelos de reformas estruturais do FMI e nas consequencias nefastas que isso trouxe a nossa industria de caju e não só. Mas ao mesmo tempo pensei na China e noutros países Asiaticos que ergueram suas económias sem precisar de teorias e conselhos do FMI nem do Banco Mundial. Esses paises alcançaram o desenvolvimento à sua maneira.
A frase da minha colega me fez notar que na vida podemos vencer todas as adversidades se confiarmos em nós... já agora, se tivermos auto-estima... segundo defende Guebuza.
Os efeitos da crise alimentar mundial, podem ser internamente minimizados se os moçambicanos confiarem em suas proprias forças, se o Governo parar de receber orientações, erradas, desenhadas em Washington, em contextos totalmente diferentes do nosso.
Moçambique tinha uma industria que produzia o razoavel e dava emprego a muitos compatriotas, mas porque de uma dia para outro deixamos de acreditar em nós e hipotecamos o nosso futuro ao FMI, tudo foi à baixo. As industrias viraram ruinas, os trabalhadores viraram desempregados e outros em vendedores âmbulantes.
Não duvido que enquanto não confiarmos em nós, nunca alcançaremos o cume. Estou errado????????

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Desculpem-me!!!!

Meus caros amigos, ando sem tempo nestes últimos dias, é por isso que não tenho colocado nada aqui no blog. De segunda a quarta andei no seminário da Commonwealth que decorreu aqui na cidade de Maputo, ontem estive a comemorar o dia do mal remunerado e hoje, assim que terminar este post, vou a Xai-xai em missão de serviço. Na proxima segunda-feira voltarei ao vosso convívio e postarei algo relativo ao tema do seminário da commonwealth "GOOD PACTICE IN RECONSTRUCTION: RECONCILIATION AND REBUILDING PEACE IN MOZAMBIQUE.
Abraço a todos