Esta manhã ia conversando com uma colega do serviço pelo messenger e notei que levava uma mensagem de apresentação extremamente curiosa. A frase era mais ou menos a seguinte todos podem alcançar o cume da montanha mas cada qual à sua maneira. Esta frase me fez pensar em muitas coisas, desde a crise alimentar mundial, as assimetrias regionais, o desenvolvimento e subdesenvolvimento, as políticas neo-liberias do FMI e do BM, a nossa industria de caju e tantas outras coisas, incluindo claro, as promessas do Ministro da Agricultura no programa Café da Manhã da RM, hoje as seis e meia.
Primeiro achei a frase, extremamente optimista e comodista, mas depois percebi que a mesma podia significar mais do que conseguimos dela extrair à primeira vista.
Pensei nos apelos de reformas estruturais do FMI e nas consequencias nefastas que isso trouxe a nossa industria de caju e não só. Mas ao mesmo tempo pensei na China e noutros países Asiaticos que ergueram suas económias sem precisar de teorias e conselhos do FMI nem do Banco Mundial. Esses paises alcançaram o desenvolvimento à sua maneira.
A frase da minha colega me fez notar que na vida podemos vencer todas as adversidades se confiarmos em nós... já agora, se tivermos auto-estima... segundo defende Guebuza.
Os efeitos da crise alimentar mundial, podem ser internamente minimizados se os moçambicanos confiarem em suas proprias forças, se o Governo parar de receber orientações, erradas, desenhadas em Washington, em contextos totalmente diferentes do nosso.
Moçambique tinha uma industria que produzia o razoavel e dava emprego a muitos compatriotas, mas porque de uma dia para outro deixamos de acreditar em nós e hipotecamos o nosso futuro ao FMI, tudo foi à baixo. As industrias viraram ruinas, os trabalhadores viraram desempregados e outros em vendedores âmbulantes.
Não duvido que enquanto não confiarmos em nós, nunca alcançaremos o cume. Estou errado????????
6 comentários:
Seja benvindo ao mundo blog!
É interessante o titulo do seu artigo e obriga-nos realmente a muitas reflexões, algumas das quais sugeriu e muito bem.
Que "todos podem alcançar o cume da montanha", concordo plenamente. Mas que o façam "cada um a sua maneira", tenho as minhas reticiencias.
Se assim fosse, os desempregados das grandes industrias de outrora, não estariam desempregrados; com tanta terra em Moçambique, não estariamos na onda da crise alimentar, etc, etc. Ou a montanha nao é a mesma?
opa! Ximbitane, tu trazes uma questão bem complicada? e que nos leva a um outro patamar de analise.
sabe que esta coisa de desemprego é complicada. já estou a me recordar de alguns debates que tive nos meus tempos de estudante, sobre o desemprego. lembro de uma corrente que defendia o desemprego voluntário. a pessoa é dempregada, não porque não consegue onde se empregar mas porque ainda não consiguiu o que corresponde as suas expectativas.
acho que é por isso que as pessoas preferem ficar no desemprego do que lançar-se á terra e dsbravá-la. A terra, enventualmente não corresponda as suas expectativas.
"a montanha é ou não a mesma?" esta questão é dficil. conheces a diferença entre carregar 20kg de farelo e 20kg de cimento?
Hmmm...! Desemprego voluntário?! Pode até ser, mas esse tipo de desemprego é para pessoas com possibilidades de escolha, por terem um nivel de formação que os permite fazer essa escolha.
O Zé povinho, esse nao tem escolha. Qualquer emprego serve, desde que use as maos e que nao tenha que queimar neuronios. É desses que me refiro.
Que em Moçambique há muita terra, ah, isso há sim senhor. Mas já nao estamos em tempo de agricultura apenas para o sustento familiar. A conjunctura actual obriga a ter que vender o que se produz para adquirir outros bens, muitas vezes necessarios até as proprias machambas. Como começar? Eis a grande questão! Com que meios? Em que local? Onde vender?
Só de aluguer, um talhao nas bandas da Massaca, em Boane ou Namaacha, custam os olhos da cara! E ai? O que se faz? Opta-se por nada fazer?
Ops, nao conheço essa dos sacos de cimento e farelo! Explicas-me?
prometo deixar um post falando do peso do cimento e do farelo. Abraço e bom weekend
Aguardo impaciente!
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