quarta-feira, 18 de março de 2009

Você é elegante?

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza. É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca. É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas, por exemplo. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros. É possível detectá-la em pessoas pontuais. Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está. Oferecer flores é sempre elegante. É elegante não ficar espaçoso demais. É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer... porém, é elegante reconhecer o esforço, a amizade e as qualidades dos outros. É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro. É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade. É elegante o silêncio, diante de uma rejeição... Sobrenome, carrão, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. É elegante a gentileza. Atitudes gentis falam mais que mil imagens... Abrir a porta para alguém é muito elegante... dar o lugar para alguém sentar... Oferecer ajuda... ...Olhar nos olhos, ao conversar... Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem enorme para a alma ... Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licença para o nosso lado "brucutu", que acha que "com amigo não tem que ter essas coisas frescuras"! Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os desafetos é que não irão desfrutá-la. Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura RECEBIDO DA ADERITA, VIA EMAIL.

7 comentários:

Shirangano disse...

Sou elegante para com os outros e acabo por esquecer-me de ser elegante para comigo proprio.

Ser elegante é como que um convite para actuarmos num filme onde temos que deixar de sermos nos.

micas disse...

Jorge,

Parabéns por ter trazido para aqui este texto.

Num tempo de tanta crise, de tanta falta de afetos, solidariedade, paz( a começar pela interior), que bom alguém falar deste tema.

A elegância começa de facto dentro de nós.Dos nossos pensamentos e de como aceitamos ou não o outro. Essa elegância é a mais difícil de aprender.Não se ensina nos livros. Treina-se.Treina-se muito!

A outra...bom, os pequenos gestos de elegância ou boa educação, são fáceis de assimilar.Basta ver mais do que olhar. Basta escutar mais do que ouvir só!

Basta...tanta coisa mais! Mas temos a obrigação e o dever de sermos elegantes sempre!

Bayano Valy disse...

jorge,
quero ser provacador. elogiar é ou não uma crítica?

Jorge Saiete disse...

Shir,
Há que sermos elegantes para connosco também pois ai é que tornamo-nos verdadeiros elegantes. eu acho. abraço

Jorge Saiete disse...

Micas meu irmão, tu bem escreveste, "Basta ver mais do que olhar. Basta escutar mais do que ouvir só!"

Eu acho que tu voste ao ponto. que seria do mundo se todos pudessemos fazer, pelo menos, isso?

Jorge Saiete disse...

Bayano, não tenho resposta mas acho que a critica não é apenas dizer "you are wrong" é também dizer "you are right".
Para mim, critica se enqudra na lógica do coaching em que se aplaude o positivo para que a pessoa possa ter isso como referencia e se penaliza o negativo. abraço mano

Ximbitane disse...

Subscrevo o/a(?) Micas!