Esta imagem, é do rio Luenha que faz limite entre as províncias de Manica e Tete. Este rio e outros afluentes do Zambéze são responsáveis pelas cheias que anualmente criam luto e dor na zona Centro do a país.
Esta foto foi, por mim, tirada no dia 23 de Agosto de 2008 e como podem ver, o rio está quase seco, tendo ficado uma única linha de água no seu leito.
Se andarmos atentos ás nóticias saberemos que as autoridades estão preocupadas com a estiagem que afecta a produção agricóla e que está a provocar fome na zona Centro e não só. Por outras palavras, as autoridades estão a dizer que, há falta de água na região para regar os campos agricolas, quando bem se sabe que, no inicio do ano fomos mobilizados a acudir as vítimas das cheias na mesma zona. Assistimos naquela zona, cheias provocadas por excesso de água e é a mesma (água) que hoje nos faz falta. Não vos parece paradoxal?
Vos confesso que fiquei perplexo quando vi campos de Guru em Manica e Changara em Tete totalmente secos e sobretudo quando ví o Luenha naquele estado. Fiquei sem saber como é que poderemos ter a propalada revolução verde e combatermos a fome sem usarmos racionalmente a água que a mãe natureza nos dá.
Acho que já deviamos ter erguido naquela zona, sistemas de conservação de água que seriam úteis para minimizar o impacto das cheias (na época chuvosa) assim como conter o efeito da estiagem (na época seca). Mas, meus senhores, é dificil fazer isso? O facil é choramingar pela solidariedade internacional?
10 comentários:
Saber usar, la isso sabemos. O que nao sabemos de facto é a conservar, isso realmente nao sabemos.
Enquanto que muitos paises se batem em guardar agua, nos apenas a usamos sem pensar nos dias que vem. E, Saiete, lamento dizer, Revolucao verde é so marketing.
Andei pelas bandas da zona sul e a unica coisa verde que vi foi a matapa que comi e que segundo a produtora, é regada com agua do poco...
Em toda minha vida nunca ouvi tamanha sandice: matapa regada? É para esse abismo que caminhamos!
Amiga, eu acho que está de parabens a produtora dessa matapa que sabe que é necessário regar. Agora, os homens do MINAG apenas sabem profetizar umas revolução verde e param por aí. Devo concordar contigo, estamos perante um marketing
Eu nem sei por tanto discurso de revolucão verde. Talvez para se dizer que não vai-se fazer nada.
Sabemos que Tunísia está num deserto, mas lá não há fome. Isto para não falar de Israel.
O dinheiro que se gasta em governacão aberta e até os 7 milhões podiam ou podem fazer muito na construcão de reservatórios de águas. Pelo menos eu acho.
Caro Reflectindo,
Tunisia e Israel são bons exemplos e um outro bom exemplo é a Libia.
Nós temos tudo para termos uma revolução verdadeiramente verde mas parece que antes devemos revolucionar as nossas mentes.
Alguém sabe, no nosso contexto (do Ministro da Agricultura, passando pelo da planificação e desenvolvimento e das Obras pÚblicas, até ao mais comum dos cidadãos) o que é e em que consiste a tal de revolução verde.
O Ilídio Macia já deu conta, no seu blog, de que o Sr. Nhaca disse que a enxada de cabo curto também é indispensávl na revolução verde...
Estive em Manjacaze este fim de semana. O cenário em muitos pontos, incluindo na nossa zona, é dezolador: reina o castanho. NA nossa zona não passa nenhum rio ou qualquer curso de água. Quando no centro morrem por excesso de água, na minha zona morrem por falta dela...
É paradoxal caro Júlio,
dum lado a agua mata e doutro faz falta e isso acontece num mesmo país. o mesmo paradoxo serve para o caso dos excedentes agricolas.
Agora, essa de Nhaca defender a enxada de cabo curto na revolução verde, só pode ter sentido numa lógica humoristica, não achas?
Pelo que percebi do Blog do Ilídio Macia, o assunto era MESMO SÉRIO
Enxada de cabo curto? Façam-me o favor! Nem nos jardins se usam...
Ximbitani veja o "O quotidiano de Moçambique" do Ilídio Macia. Vais perceber a história da enxada de cabo curto... heheheheh Bom fim de semana
Obrigada pela referencia, julio s!
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