quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Porrada doméstica

O dia de São Valentim veio relançar o debate sobre a "porrada domestica" no nosso país, tudo por causa daquele compatriota que achou que a melhor forma de presentear a dama era sová-la de uma forma brutal. Na verdade, não sei porque a coitada foi espancada mas não me parece exister no planeta terra alguma razão que justifique aquela barbaridade, aliás o músico Avelino Mondlane teria cantado (em vida) "a wa sati a vabi, a wa sati xiluva..."
O debate a que me refiro peca, quanto a mim, por ser discriminátorio. Fala-se de uma lei de protecção da mulher contra "porrada doméstica" e para mim seria bom que procurassemos adoptar uma lei que criminaliza a violência doméstica, independentemente de quem a pratica e de quem é vitima. O anteprojecto de lei depositado na AR visa proteger apenas a mulher e deixar todos os homens torturados pelas parceiras à Deus dará.
Me parece injusto e improducente tentarmos forçar a aprovação de uma lei discriminatória. Apesar de as estatísticas indicarem que o maior número de pessoas que se dirigem a polícia para se queixar são mulheres, não podemos esquecer que há tantos homens que são espancados (pelas parceiras) mas que o machismo exagerado os inibe de sair a procura de ajuda. Pergunto então, os homens que são vitimas não merecem protecção?
Parece que as pessoas que estiveram a frente da elaboração daquele anteprojecto de lei não fizeram bom trabalho e tudo indica que focalizaram a sua atenção na violência de que os seus parceiros infringem contra elas e se esqueceram da porrada que os seus filhos, irmãos, primos e netos levam ou podem ser vitimas.
Homens também são vítimas da sova doméstica, quem duvída que lance um estudo sério e se irá surpreender com os resultados.
Imagem tirada daqui

4 comentários:

Anónimo disse...

que brutalidade, cometer um acto desses num dia tão especial como este,enquanto outras recebiam presentes ela tinha que passar por esta.
Esse homem deve ser um frustrado, não sabe que na mulher não se deve bater nem com a flor.
E quanto a vítimas masculinas axo que poucos são os que denunciam suas parceiras por manchismo ou mesmo por medo como tem acontecido com muitas mulheres que morrem aos bocados por medo de denunciar seus parceiros.

Ximbitane disse...

Concordo plenamente contigo, Saiete: nao se deve discriminar as vitimas. Vai ver que os homens "batidos" estao a espera dessa lei para denunciar pauladas com colher de pau!!!

Jorge Saiete disse...

Tanta brutaldade, dety. os homens padecem mesmo de machismo exacerbado, que pena.

Jorge Saiete disse...

Isso Xim, acho que precisamos de rever aquele anteprojecto, retirando dele o aspecto discriminatório