quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O que é estatística?

Estatística: a ciência que diz que se eu comi um frango e tu não comeste nenhum, teremos comido, em média, meio frango cada um" - Pitigrilli (citado pelo professor Carlos Serra in Oficina de Sociologia). Meus caros, entendem o alcancem desta pensamento de Pitigrilli? Qual pode ser o nosso papel? Já pensaram na ideia do PIB per capita? Eu acho que, Pitigrilli está de, uma forma irónica, a denunciar a teoria simplista (emprestada a estatística pelos economistas) que tenta calcular o nível de recursos que cada cidadão tem como resultado da divisão do produto interno bruto (todos recursos produzidos numa nação) pelo número de habitantes. Por exemplo, se em moçambique somos 5 cidadãos e o nosso PIB é de 20,00Mt, então dir-se-ia que, cada cidadão tem teoricamente 4,00Mt. E, esse PIB per capita é sempre usado pelos políticos para se vangloriarem do crescimento económico dos seus paises, se esquecendo que há casos em que 1 unico cidadão "come" sozinho 18,00Mt e os 4 tem que se dividir os 2,00Mt que restam. O que podemos nós (moçambicanos) fazer para minimizarmos o fosso entre ricos e pobres e contribuirmos para uma divisão equitativa dos recursos que o país tem.

5 comentários:

Reflectindo disse...

Interessante e uma boa alerta, Jorge. Esse exemplo de Pitigrilli é muito bom e devia se usar pelos professores de matemática nos temas de valor médio. Veja que politizava-se o cidadão.

Gosto de estudos como de Joseph Hanlon que mesmo usando estatísticas nos mostram os erros estatísticos.

Um político que ha-de ir à rua e falar de mais carros em Mocambique comparando com os que existiam em 1976 é um sem escrúpulo, mas é também sem escrúpulo aquele que só há-de dizer que haverão mais carros em 2011. Em países onde estatisticamente se conta a existência de 2 carros por família a questão de transporte pode ser vital em eleicões.

O importante para os 20 milhões de mocambicanos é como se distribue o bem comum, por exemplo, como a maioria consegue ir ao servico sem transtornos.

Na boleia de 5 de Fevereiro, tomei transportes como um exemplo.

Jorge Saiete disse...

Me apercebi sim, que apanhaste a boleia do 5 de Fevereiro.

Concordo plenamente consigo, caro Reflectindo, o que acontece é que, fazemos um uso cego das estatísticas e perdemos de vista a sua real aplicabilidade no contexto moçambicano.

Abraço

Elísio Macamo disse...

caro jorge saiete, a definição, como você também indica, é irónica, mas não implica necessariamente que temos que desconfiar da estatística. afinal, ao mostrar o que é teoricamente possível a estatística chama a nossa atenção para os problemas! o importante é saber, como aliás qualquer especialista em estatística reconhece imediatamente, que a estatística não prova nada. ela resume dados e ilustra argumentos. abraços

Jorge Saiete disse...

Professor, concordo plenamente com o teu comentário. O ponto que tento repudiar não é a relevância de informação estatistica mas sim a forma desonesta como essa informação é usada.
Abraço

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.