Quando criança, ouvia sempre a falar de xikalavito ou seja quem não tem nome. A alguns anos atras comecei a ouvir falar de pessoas que ligavam a rádio ou TV e pediam para comentar na condição de anonimato. E agora que ando pelos blogues vejo comentadores que o fazem como xikalavitos.
É anónimo aqui e anónimo acolá! E se é verdade que muitos adoptam o xicalavitismo como forma de se precaverem de provaveis presseguições de algum Xiconhoca, outros se fazem de anónimos por razões extremamente obscuras ou então não gostam dos seus nomes. Por acaso há nomes que só dá para esconde-los. Já imagináram um Xiphukuphuku Nyenyiwa Lhomulo. Certamente que qualquer um would hide it. Mas há nomes que são aceitaveis e que não podiam ser escondidos. Me recordo de uma Etiope que me ensinou Mangerial Economics que dizia call me Haid, i like my name.
A maioria dos anónimos são voluntário mas existem outros que o são involuntariamente. São os casos das crianças que nascem e vivem até aos 3 ou 6 meses sem que lhes seja dado um simples nome. Pela falta de um simples nome as crianças ficam privadas de uma série de direitos.
Em moçambique o número de membros do agregado familiar reflecte-se no peso tributario que cada trabalhador é sujeito. Porque os homens do fisco trabalham com informações formais, todos anos há relatos de mães que não podem beneficiar da redução do IRPS, simplesmente porque os novos membros da familia não têm documento de identificação, documento esse que depende de um simples nome.
A ideia do legislador, ao considerar o tamanho do agregado como factor a ser considerado na redução ou não da carga fiscal a que estamos sujeitos, era de contribuir para a realização da responsabilidade social do Estado. É que com o valor poupado com a redução do peso fiscal, a que uma mãe trabalhadora esta sujeita, poderia investir na alimentação, nos cuidados sanitário e noutras necessidades inadiaveis da criança.
Daqui é facil ver até que ponto a falta de um simples nome numa crinça, atenta contra os seus direitos e os da mãe.
Alguem pode parar com anonimatos involuntarios dos nossos petizes?
Imagem tirada daqui