
O dia de São Valentim veio relançar o debate sobre a
"porrada domestica" no nosso país, tudo por causa daquele compatriota que achou que a melhor forma de presentear a dama era sová-la de uma forma brutal. Na verdade, não sei porque a coitada foi espancada mas não me parece exister no planeta terra alguma razão que justifique aquela barbaridade, aliás o músico Avelino Mondlane teria cantado (em vida) "
a wa sati a vabi, a wa sati xiluva..."
O debate a que me refiro peca, quanto a mim, por ser discriminátorio. Fala-se de uma lei de protecção da mulher contra "porrada doméstica" e para mim seria bom que procurassemos adoptar uma lei que criminaliza a violência doméstica, independentemente de quem a pratica e de quem é vitima. O anteprojecto de lei depositado na AR visa proteger apenas a mulher e deixar todos os homens torturados pelas parceiras à Deus dará.
Me parece injusto e improducente tentarmos forçar a aprovação de uma lei discriminatória. Apesar de as estatísticas indicarem que o maior número de pessoas que se dirigem a polícia para se queixar são mulheres, não podemos esquecer que há tantos homens que são espancados (pelas parceiras) mas que o machismo exagerado os inibe de sair a procura de ajuda. Pergunto então, os homens que são vitimas não merecem protecção?
Parece que as pessoas que estiveram a frente da elaboração daquele anteprojecto de lei não fizeram bom trabalho e tudo indica que focalizaram a sua atenção na violência de que os seus parceiros infringem contra elas e se esqueceram da porrada que os seus filhos, irmãos, primos e netos levam ou podem ser vitimas.
Homens também são vítimas da sova doméstica, quem duvída que lance um estudo sério e se irá surpreender com os resultados.