quinta-feira, 24 de abril de 2008

Nós e os nossos títulos!

Ontem as 18h no programa Africa have your say da BBC, o debate girava a volta de um assunto que a bastante tempo me intriga. Os títulos!
Já imaginaram essa? Sua excia. Presidente. Prof. Dr. Rev. Sheik. MA. Bsc. etc etc etc.
A questão que se colocava era mais ou menos a seguinte? Será que os titulos antes dos nossos nomes são efectivamente indispensáveis? Esta pergunta podia, ainda, ser feita da seguinte forma, porquê é que nos apegamos tanto aos titulos? Será que o uso ou não de um título antes do nosso nome faz diferença em nós e, em outras pessoas que estão a nossa volta?
Mas o que representam os titulos na sociedade moçambicana, senhores Drs, Revs, Sheiks, MA.Bsc?
Bem, eu não queria entrar em questões como esta: será que todos os que onstentam titulos, são efectivamente o que os titulos deles nos dizem? Será que todos "Srs. Drs" que temos em Moçambique são efectivamente Doutores. Sei que estou a entrar numa zona cheia de lama, mas o assunto me preocupa bastante.
Em Março, estive numa repartição pública e o compatriota que lá me atendeu, se apresentou da seguinte forma: bom dia, aqui o Dr. bla bla bla. Será que é necessária esta forma de ser?
Alguem me disse que, nos anos imediatamente após a proclamação da independencia, tratava a esposa da seguinte forma: Camarada Esposa bla bla. Acho que o tipo estava a brincar comigo.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

O livro!

Comemora-se hoje o dia mundial do livro. Um dia que é dedicado a incutir em todos a importância da leitura e sobretudo, chamar a atenção das novas gerações de modo que se interessem mais pelo livro. Já a bastante tempo que se vem dizendo que em Moçambique são poucos os que lêem regularmente ou por livre e expontânea vontade. Diz-se que muitos pegam no livro como resposta as recomendações dos professores nas escolas ou universidades ou por obrigações profissionais e ponto final! Embora se compreenda que o gosto pela leitura vai diminuindo entre nós, é um facto que cada dia que passa o livro é mais caro, tornando assim mais restrito o seu acesso, se tivermos em conta os níveis de pobreza entre nós. A dias a imprensa noticiou o facto de o livro "os tambores cantam" da autoria de Armando Guebuza custar 1000,00Mt, nada mais e nada menos que 40,00 dolares norte americanos. Considerando que o salário minimo ronda a volta de 1600,00Mt, imagine com quantos meticais ficaria quem se atrevesse a adquirir aquela obra. Com estes preços do livro, ele apenas fica acessivel a um punhado de pessoas com capacidades financeiras para o adquirir. Parece que cá entre nós o livro não consta nos instrumentos que serviriam para o combate a pobreza atraves da veiculação do conhecimento nele contido.......

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Pobreza não é fatalidade!

Umas das mais significativas frases do Presidente da República, ao meu ver, é a seguinte: "A pobreza não é nenhuma fatalidade, pode ser vencida". Esta frase me parece extremamente rica e com um conteúdo que devia chamar a atenção de qualquer um. Mas porque os políticos têm a tendencia de dizer mais inverdades que verdades, nós acabamos não fazendo o devido proveito das coisas verdadeira que eles dizem.

Guebuza quando diz que a pobreza não é fatalidade pode ser vencida, quer nos mostrar que se lutarmos eficasmente contra ela podemos erradica-la! Ou estou enganado? Recordei-me desta expressão de Guebas quando eu revia umas fotos que tirei nos distritos de Changara, Chiuta e Mocimboa da Praia no ano passado. Naqueles distritos como em outros deste Moçambique há muita gente a viver em pobreza extrema e outra a viver condignamente. Há pessoas que vivem "bem" nos distritos, mas não como resultado do desvio de fundos, não como fruto da desonestidade mas sim como resultado de um trabaho árduo.

Vou apenas vos contar a estória de um jovem comerciante da vila sede de Chiuta (Manje?). O jovem tem apenas 3ª classe mas faz o que muito de nós não fazemos e preferimos nos acotovelar nas grandes cidades.
Quando cheguei ao seu estabelecimento comercial nada me dizia que estivesse perante o proprietário (nao estaria eu abituado a ver empresários barrigudos!). O jovem vende tudo que é mercadoria necessária naquelas bandas, desde laminas até a bicicletas e como se não bastasse ele não espera que o comprador lhe traga apenas o metical ou outra moeda para aquisição dos seus produtos. Naquele estabelecimento, o comprador pode levar milho, feijão ou outro produto, desde que seja algo que o comerciante possa revender na cidade de Tete ou em outra paragens.
O jovem tem tudo o que um jovem dos seus 25 ou 30 e tal anos gostaria de ter, habitação condigna, filhos a estudar e ainda pensa em adquirir uma viatura este ano (Já que vou a Chiuta em Setembro poderei, com muito prazer, apanhar a boleia dele).
O exemplo do comerciante de Chiúta pode ser comparado ao da irmã Adelia em Changara e do senhor Sergio em Mocimboa da Praia, pessoas que partindo do nada vão criando fortuna a olhos vistos. São pessoas que acreditam que a pobreza não é nehuma fatalidade e pode ser, mesmo, vencida, bastando para tal a determinação e coragem de abandonar o culto de mão estendida e confiar na capacidade propria e nos tantos recursos que temos a nossa volta!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

O QUE SE PODE APROVEITAR DA VITORIA DA OPOSIÇÃO ZIMBABYEANA!

As eleições zimbabyeanas tiveram lugar a cerca 14 dias e até hoje nada se diz em relação aos resultados das presidencias. Essa demora tem alimentado um fumo de especulações. Uns acham que na demora há uma maozinha de Mugab outros chegam a pensar que a ZEC está a espera de uma melhor oportunidade para divulgar os resultados e mais outras especulações.
Cá do meu lado é tão normal que aja ansiedade com relação a divulgação dos resultados aliás tudo indica que a impaciencia que se verifica tem a ver com a quase garantida derrota de Mugab e a subido ao trono do ex-sindicalista.
Se de um lado a provavel vitoria da candidato do maior partido da oposição pode representar um fim de uma era que deixará poucas saudades para o zimbabyeno comum, a mesma vitoria pode representar o inicio do fim da hegemonia dos partidos libertadores em Africa.
É que até a alguns anos atrás era quase impensável, em muitos países, ver um partido que não tivesse participado na libertação colonial a ascender ao poder. Mas a experiencia do Zimbabye vem alertar aos libertadores que mais dias ou menos dias podem ser forçados a entregar o poder aos outros.
A vitória da oposição Zimbabyeana pode ser até certo ponto benéfica uma vez que pode servir para chamar a atenção de muitos governos da possibilidade de serem penalizados nas urnas e isso pode leva-lo a melhorarem o seu desempenho, a pensarem mais no povo e reduzir os quilos que alocam aos seus proprios umbigos.
Espero que a vitória da oposição Zimbabyena alerte ao nosso governo da necessodade de responder de uma forma pragmática e urgente aos vários problemas que inquientam os moçambicanos, falo do chapa, do acesso a educação, à habitação, emprego e mais e mais...

terça-feira, 8 de abril de 2008

Taxa de lixo é robalheira!!!!

É isso mesmo. A taxa de lixo é uma autêntica robalheira para muitos de nós, que vivemos em bairros periféricos das cidades de Maputo e Matola.
Sucede que mensalmente somos cobrados uma taxa de 30,00 Mt (trinta meticais) ao adquirirmos energia electrica. O argumento é que esse valor é canalizado aos cofres municipais para financiar os serviços de limpeza.
A intenção e a forma como o valor é cobrado são bons e eficientes mas o problema é que o serviço para o qual somos cobrados a taxa nunca nos é disponibilizado.
Nunca, mas nunca mesmo, beneficiamos dos serviços municipais de recolha do lixo nos nossos bairros. E isto para além de ser desonesto, injusto e ilegal é acima de tudo uma robalheira perpetrada pelos serviços municipais de salubridade. Por favor párem com esta robalheira!!!!!!!!!!